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Lince-ibérico, cria. Foto: Programa Ex-situ (arquivo)

El Acebuche encerra temporada de partos com 11 crias de lince–ibérico

28.04.2021

O Centro de Reprodução de Lince-ibérico de El Acebuche, em Doñana (Andaluzia, Espanha), deu por encerrada a temporada de partos 2021 nas suas instalações com quatro ninhadas e 11 crias.

Para esta temporada foram estabelecidos sete casais reprodutores em El Acebuche, ainda que só quatro fêmeas tenham tido crias, revela a agência espanhola de notícias EFE.

O centro de El Acebuche ficou para a história da conservação quando aí nasceram os primeiros linces-ibéricos em cativeiro no mundo: Brezo, Brisa e Brezina. A 28 de Março de 2005, Saliega deu à luz estas três crias e nesse momento abriu-se um novo caminho no esforço conservacionista para salvar a espécie da extinção.

Dezasseis anos depois, El Acebuche continua o seu trabalho conservacionista.

Madroña foi a primeira a dar à luz, a 24 de Fevereiro, três crias com o macho Foco (dois machos e uma fêmea). Inaugurou também a temporada reprodutora deste ano nos cinco centros de reprodução que, em Portugal e Espanha, trabalham para travar a extinção desta espécie.

Para a época reprodutora de 2020/2021 foram formados 28 casais nos cinco centros da rede ibérica de reprodução. O programa de conservação Ex-situ dedicado a este felino quer conseguir cerca de 40 crias para reforçar as populações na natureza.

A maioria das crias que nasçam este ano serão preparadas para serem libertadas na natureza e as restantes ficarão no programa para manterem a diversidade genética.

Em El Acebuche, a 9 de Março foi a vez de Narsil que, com o macho Damán, também teve três crias.

O parto mais numeroso do ano foi o de Nota que teve quatro crias, com o macho Jota.

Gitanilla foi a última a dar à luz, uma cria, no final de Março. Esta cria teve de ser alimentada artificialmente porque não estava a receber cuidados da sua mãe.

Hoje, as 11 crias encontram-se em bom estado de saúde.

No ano passado, El Acebuche conseguiu cinco crias de lince-ibérico.

Segundo o censo mais recente, a população de lince-ibérico está estimada em 894 animais, foi revelado em Outubro passado. Graças aos projectos ibéricos de conservação da natureza, a população mundial de lince-ibérico conseguiu aumentar, partindo de apenas 94 linces em 2002, isolados em duas populações fragmentadas na Andaluzia.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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