Ofelia e Olavide, nascidas no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico (CNRLI) em Silves, inauguraram hoje a temporada de reintroduções de lince-ibérico de 2018 na Andaluzia. Estes dois linces vão ajudar a reforçar uma população com cerca de 400 animais.
Os dois linces foram libertados esta manhã na Dehesa de las Yeguas, na região andaluza de Guarrizas (Jaén), uma das áreas escolhidas pelo programa ibérico de conservação para as reintroduções destes felinos. Mértola é outra delas e ali vivem 41 linces.
Ofelia e Olavide nasceram em 2017 no CNRLI, em Silves. Ofelia é filha de Fresa e Hermes e Olavide é filha de Jabaluna e Jerte. Ambos “foram seleccionados geneticamente para poder enriquecer a variabilidade genética nesta zona”, explica hoje o programa LIFE Iberlince, em comunicado.
Recuperar o lince-ibérico (Lynx pardinus), espécie classificada Em Perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), passa pela criação de novos núcleos populacionais, alimentados por linces nascidos já na natureza mas também por linces nascidos nos cinco centros ibéricos de reprodução em cativeiro.
Este esforço conservacionista – tanto in-situ (melhoria de habitats, em territórios de lince) como ex-situ (reprodução em cativeiro e sensibilização para a conservação da espécie, por exemplo) – deu novos números a uma espécie que chegou a 2002 com menos de 100 animais: segundo o censo de 2017, vivem hoje na Península Ibérica 547 linces. A Andaluzia, com quatro núcleos populacionais principais, alberga o maior número de linces, com 402 destes felinos. Hoje, o seu núcleo de Guarrizas recebeu Ofelia e Olavide e, até Abril, vai receber outros dois linces. O outro núcleo, Guadalmellato (Córdova) vai receber três linces este ano.
As reintroduções em Guarrizas começaram em 2010 e, desde então, já ali foram libertados 48 linces. No total, a população de Guarrizas terá hoje mais de 74 felinos, 17 dos quais são fêmeas com território. No ano passado terão nascido naquela região 25 crias, mais do dobro do que em 2014, com 12.
Além da Andaluzia, o lince-ibérico conseguiu recuperar territórios em Portugal – o Vale do Guadiana tem 41 linces -, em Castela-La Mancha e na Extremadura.
Este ano serão reintroduzidos no Vale do Guadiana seis animais. O primeiro, Oregão, foi libertado a 23 de Janeiro, vindo do CNRLI. Os outros cinco linces vão chegar até Março vindos dos centros de reprodução de La Olivilla e de Granadilla, em Espanha, e também do CNRLI.
[divider type=”thick”]Saiba mais.
Conheça as prioridades para 2018 para conservar os linces do Vale do Guadiana.
Saiba como se liberta um lince na natureza.
Saiba como é cuidar dos linces no Vale do Guadiana.
Leia a nossa série “Como nasce um lince-ibérico” e conheça os veterinários, video-vigilantes, tratadores e restante equipa do CNRLI em Silves.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
Participe na votação dos nomes para os 11 linces nascidos no meio natural na última Primavera, dinamizada pelo ICNF. Ao ano de 2017 corresponde a letra “O”. Todos os nomes são baseados em localidades em áreas de lince ou em elementos naturais ou simbólicos.