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Foto: CNRLI/ Programa Ex situ/ICNF

Dois linces nascidos em Silves libertados na Andaluzia

14.02.2018

Ofelia e Olavide, nascidas no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico (CNRLI) em Silves, inauguraram hoje a temporada de reintroduções de lince-ibérico de 2018 na Andaluzia. Estes dois linces vão ajudar a reforçar uma população com cerca de 400 animais.

 

Os dois linces foram libertados esta manhã na Dehesa de las Yeguas, na região andaluza de Guarrizas (Jaén), uma das áreas escolhidas pelo programa ibérico de conservação para as reintroduções destes felinos. Mértola é outra delas e ali vivem 41 linces.

 

Libertação de Ofelia e Olavide. Foto: Iberlince

 

Ofelia e Olavide nasceram em 2017 no CNRLI, em Silves. Ofelia é filha de Fresa e Hermes e Olavide é filha de Jabaluna e Jerte. Ambos “foram seleccionados geneticamente para poder enriquecer a variabilidade genética nesta zona”, explica hoje o programa LIFE Iberlince, em comunicado.

Recuperar o lince-ibérico (Lynx pardinus), espécie classificada Em Perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), passa pela criação de novos núcleos populacionais, alimentados por linces nascidos já na natureza mas também por linces nascidos nos cinco centros ibéricos de reprodução em cativeiro.

Este esforço conservacionista – tanto in-situ (melhoria de habitats, em territórios de lince) como ex-situ (reprodução em cativeiro e sensibilização para a conservação da espécie, por exemplo) – deu novos números a uma espécie que chegou a 2002 com menos de 100 animais: segundo o censo de 2017, vivem hoje na Península Ibérica 547 linces. A Andaluzia, com quatro núcleos populacionais principais, alberga o maior número de linces, com 402 destes felinos. Hoje, o seu núcleo de Guarrizas recebeu OfeliaOlavide e, até Abril, vai receber outros dois linces. O outro núcleo, Guadalmellato (Córdova) vai receber três linces este ano.

As reintroduções em Guarrizas começaram em 2010 e, desde então, já ali foram libertados 48 linces. No total, a população de Guarrizas terá hoje mais de 74 felinos, 17 dos quais são fêmeas com território. No ano passado terão nascido naquela região 25 crias, mais do dobro do que em 2014, com 12.

Além da Andaluzia, o lince-ibérico conseguiu recuperar territórios em Portugal – o Vale do Guadiana tem 41 linces -, em Castela-La Mancha e na Extremadura.

Este ano serão reintroduzidos no Vale do Guadiana seis animais. O primeiro, Oregão, foi libertado a 23 de Janeiro, vindo do CNRLI. Os outros cinco linces vão chegar até Março vindos dos centros de reprodução de La Olivilla e de Granadilla, em Espanha, e também do CNRLI.

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Conheça as prioridades para 2018 para conservar os linces do Vale do Guadiana.

Saiba como se liberta um lince na natureza.

Saiba como é cuidar dos linces no Vale do Guadiana.

Leia a nossa série “Como nasce um lince-ibérico” e conheça os veterinários, video-vigilantes, tratadores e restante equipa do CNRLI em Silves.

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Participe na votação dos nomes para os 11 linces nascidos no meio natural na última Primavera, dinamizada pelo ICNF. Ao ano de 2017 corresponde a letra “O”. Todos os nomes são baseados em localidades em áreas de lince ou em elementos naturais ou simbólicos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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