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Ramos de uma árvore, sem folhas, contra um céu azul
Foto: Joana Bourgard / Wilder

Detido homem por captura ilegal de pintassilgos e pintarroxos

11.10.2016

Um homem de 65 anos foi detido a 8 de Outubro, em Pernes (freguesia do concelho de Santarém), quando capturava pintassilgos e pintarroxos através de métodos ilegais, revelou a GNR.

 

No sábado passado, militares da Equipa de Proteção da Natureza de Santarém surpreenderam o homem quando este aprisionava 22 aves, utilizando chamarizes electrónicos e visgo.

Segundo um comunicado da GNR, o suspeito foi detido e sujeito a termo de identidade e residência e 20 pintassilgos e dois pintarroxos foram devolvidos à natureza.

O pintassilgo (Carduelis carduelis), ave de cara vermelha e asas com penas pretas e amarelas, vive em Portugal todo o ano e alimenta-se de pequenas sementes. As dos cardos são as suas preferidas. Segundo o livro “Aves de Portugal” (2010), desde tempos imemoriais, esta ave tem sido um dos alvos favoritos dos passarinheiros, sendo capturado como ave de gaiola.

Outra ave que também era muito procurada para o mesmo fim é o pintarroxo (Carduelis cannabina). Os machos têm parte da cabeça e do peito avermelhados e, no Outono e Inverno, é comum vê-los em grandes bandos à procura de alimento.

Os pintassilgos e pintarroxos estão no topo da lista das espécies de passeriformes mais afectadas pela captura ilegal, segundo um estudo da Sociedade Portuguesa das Aves (Spea) de 2014.

Para travar este problema que afecta dezenas de espécies de aves em Portugal está em curso a campanha “Diga Não aos passarinhos na gaiola e no prato”, para alertar a sociedade de que capturar aves silvestres, não cinegéticas, para consumo é uma prática ilegal e prejudicial à natureza.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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