É uma pequena serpente avermelhada e de colar preto que, ao ser descrita para a Ciência, recebeu o nome Rhynchocalamus hejazicus. Esta descoberta foi agora publicada na revista científica Zoosystematics and Evolution.
A nova espécie de serpente foi descoberta na região de Hejaz, Arábia Saudita, por uma equipa internacional liderada por cientistas do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (BIOPOLIS-CIBIO) da Universidade do Porto.
“A descoberta de uma nova espécie de serpente, que se encontra disseminada nas regiões do centro-oeste da Arábia Saudita, é surpreendente e dá azo à esperança de que mais espécies por descobrir possam estar presentes no Reino”, comentou, em comunicado, José Carlos Brito, investigador do BIOPOLIS-CIBIO e coordenador do estudo.
Esta é uma serpente que vive em solos arenosos e pedregosos com cobertura vegetal variável. Pode ser encontrada em habitats perturbados pelo homem, “o que sugere que a espécie não deve ser classificada como ameaçada de acordo com os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN)”, segundo um comunicado do BIOPOLIS-CIBIO.
Pouco se sabe sobre a história natural e o comportamento da espécie. Por isso, os investigadores defendem mais esforços de monitorização e conservação para compreender melhor a sua dinâmica ecológica e história natural. No entanto, parece que Rhynchocalamus hejazicus tem uma atividade principalmente noturna, uma vez que todos os indivíduos foram encontrados activos durante a noite.
A maioria das observações da nova espécie resulta de esforços intensos de amostragem numa vasta área em redor da antiga cidade oásis árabe de AlUla, promovidos pela Comissão Real para AlUla, na Arábia Saudita, que está a impulsionar atividades científicas e explorações para promover a conservação na região.
A Rhynchocalamus hejazicus tem um colar preto e uma coloração avermelhada, o que a distingue dos seus parentes mais próximos. “A descoberta de uma serpente tão distinta realça a lacuna existente na descrição de espécies raras e com hábitos mais discretos”, segundo o instituto.
Esta serpente está amplamente distribuída e “preenche grande parte da lacuna existente na distribuição do género Rhynchocalamus entre o Levante e as regiões costeiras do Iémen e Omã”.