O ano está a correr bem no Centro de Reprodução em Cativeiro de Quebra-ossos, em Guadalentín (Espanha). Dos 14 ovos sobreviveram nove crias, um novo recorde para esta espécie protegida que, em tempos, existiu em Portugal.
O Centro de Reprodução de Guadalentín – no Parque Natural das serras de Cazorla, Segura e Las Villas (Jaén) – está no centro de um projecto de conservação que quer estabelecer uma população autónoma e estável de quebra-ossos (Gypaetus barbatus) na Andaluzia, de onde se extinguiu há cerca de 50 anos devido aos envenenamentos e à perseguição humana directa. Desde que foi inaugurado em 1996, o centro, gerido pela Fundación Gypaetus, já viu nascer um total de 52 crias de quebra-ossos. A maioria destina-se à liberdade, para reforçar as populações naturais.
Esta temporada contou com sete casais reprodutores que puseram um total de 14 ovos; sobreviveram nove crias, segundo a agência espanhola EFE, que cita fontes da Consejería de Medio Ambiente da Andaluzia. Um dos casais, formado por Tranco e Sabina, puseram ovos pela primeira vez, depois de três anos juntos como casal.
Quando um casal de quebra-ossos põe um ovo, os técnicos do centro retiram-no do ninho e levam-no para incubadoras para garantir a sua eclosão. Posteriormente, os ovos são devolvidos ao casal para que continue a criação.
Actualmente vivem em liberdade na Andaluzia 15 quebra-ossos, ave das barbas escuras perto do bico e do vermelho vivo em redor dos olhos. Estes animais são fruto das libertações no âmbito do Programa de Reintrodução do Quebra-ossos, começadas em 2006. Um deles, a fêmea Bujaraiza, esteve em Portugal em Maio passado.
A maioria das aves que estão a ser seguidas no âmbito do projecto optam por permanecer na zona da Andaluzia. No início do mês, apenas Bujaraiza e Guadalquivir estavam em Gredos e nos Pirinéus, respectivamente, segundo a Fundación Gypaetus.
Em Abril do ano passado, as autoridades confirmavam o nascimento da primeira cria em liberdade.