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A nova cobra-chicote-do-deserto, Demansia cyanochasma. Foto: Mark Hutchinson

Descoberta nova espécie de cobra na Austrália

19.07.2023

Baptizada de cobra-chicote-do-deserto, é a mais recentemente conhecida de um total de 15 espécies diferentes de cobras-chicote, destacadas pela sua agilidade.

Estas cobras encontram-se em várias partes da Austrália, como o Oeste e o Sul Australianos, o Território do Norte e a região de Queensland, indica uma nota de imprensa da Universidade de Adelaide. O artigo onde esta nova espécie é descrita foi publicado recentemente por investigadores daquela universidade australiana, do South Australian Museum e do Western Australian Museum, na revista científica Zootaxa.

A espécie agora identificada era até agora confundida com outras cobras-chicote, mas devido à análise dos tecidos de vários exemplares, os cientistas aperceberam-se de características diferentes face a répteis do mesmo grupo.

“Ao contrário de outras espécies de cobras-chicote, a cobra-chicote-do-deserto tem um corpo azulado com uma cabeça acobreada, e também não tem tanto negro nas escamas como os parentes mais próximos”, explica o primeiro autor do estudo, James Nankivell, investigador de ADN. “Essas diferenças subtis mas consistentes na aparência externa e as evidências genéticas levaram-nos à identificação desta nova espécie.”

A cor azulada do corpo desta cobra inspirou o seu nome científico, Demansia cyanochasma, que significa “brecha azul”, em português. Rápida e ágil, usa a sua velocidade para caçar lagartos, antes de subjugar as suas presas com veneno.

“Embora a cobra-chicote-do-deserto seja moderadamente venenosa, é improvável que a sua mordida – mesmo que dolorosa – cause problemas sérios aos humanos”, afirma ainda James Nankivell. “As mordidas de cobras-chicote são extremamente raras porque estes animais são muito tímidos e tendem a fugir ao primeiro sinal de perigo.”

Esta espécie pode crescer até aos 90 centímetros de comprimento e está especialmente activa durante o dia.


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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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