Uma nova baleia de bico, Berardius minimus, que vive no Pacífico Norte, ao largo do Japão, foi agora confirmada como espécie nova para a Ciência.
As baleias de bico Berardius minimus têm um comprimento entre os 6,2 a 6,9 metros. São mais pequenas, escuras e têm um bico mais curto do que as outras baleias do mesmo género Berardius, segundo a equipa de investigadores japoneses que confirmou a nova espécie, num artigo publicado a 30 de Agosto na revista científica Scientific Reports.
Até agora, pensava-se que estas baleias pertenceriam a uma outra espécie, a baleia-de-bico-de-Baird (Berardius bairdii). Mas quando seis baleias de bico por identificar deram à costa e foram estudadas com detalhe pelos investigadores, depressa se tornou evidente que não o eram.
Segundo a equipa de investigadores, as baleias de bico preferem águas profundas e conseguem mergulhar a grandes profundidades, o que dificulta o seu estudo e observação.
Perante a oportunidade para estudar aquelas seis baleias, um grupo de investigação da Universidade de Hokkaido recolheu e analisou os animais.
As baleias partilhavam características com a baleia-de-bico-de-Baird e foram classificadas como pertencendo ao mesmo género Berardius. Mas várias características externas, como as proporções do corpo e a cor, levaram os investigadores a questionar se estas baleias não pertenceriam a uma espécie ainda por classificar.
“Apenas ao olhar para elas podemos dizer que têm um corpo admiravelmente pequeno, um bico mais curto e uma cor mais escura quando comparadas com as espécies conhecidas de Berardius”, comentou, em comunicado, Tadasu K. Yamada, do Museu Nacional de Ciências e Natureza e um dos cientistas fez parte da equipa de investigação.
Os investigadores estudaram os espécimes em termos de morfologia, osteologia e filogenia molecular. Os resultados, publicados na revista Scientific Reports, mostram que os adultos são mais pequenos do que as baleias-de-bico-de-Baird (que medem 10 metros).
De facto, o nome que foi dado à nova espécie, Berardius minimus, refere-se ao menor tamanho destas baleias em comparação com as outras do seu género.
Medidas ao crânio e análises de ADN confirmaram a diferença significativa com as outras duas espécies conhecidas do género Berardius.
“Ainda há muitas coisas que não sabemos sobre a Berardius minimus”, disse Takashi F. Matsuishi, da Universidade de Hokkaido. “Ainda não sabemos como são as fêmeas adultas e ainda existem muitas questões relacionadas com a distribuição da espécie, por exemplo. Esperamos continuar a melhorar o nosso conhecimento sobre a Berardius minimus”.
O estudo foi realizado por várias instituições, entre elas a Universidade de Iwate, o Museu Nacional de Ciência e Natureza e a Universidade de Hokkaido.
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