Em 2018 foram registados 3.399 casais reprodutores de grifo (Gyps fulvus) na Andaluzia, fazendo desta a terceira região de Espanha mais importante para a espécie, foi revelado esta semana.
Os censos revelaram um aumento de 11% em relação a 2014, ano em que a população desta espécie já mostrava uma tendência crescente de 4% por ano.
Quanto à sua distribuição, o grifo reproduz-se em todas as províncias da Andaluzia menos em Huelva. “Cádiz continua a ser a que tem maior número de indivíduos, acolhendo praticamente dois terços da população andaluza da espécie”, diz a Consejería de Medio Ambiente y Ordenación del Territorio, em comunicado divulgado a 13 de Janeiro.
As autoridades consideram que este é o resultado do trabalho de conservação desta ave necrófaga, realizado pela Junta da Andaluzia, a terceira região de Espanha com mais grifos, atrás de Castela e Leão e de Aragão.
Mais concretamente, a Junta refere a diminuição da mortalidade não natural, alvo das acções de conservação da Junta. Entre elas está a Estratégia Andaluzia para a Erradicação de Iscos Envenenados, a alimentação suplementar através de campos de alimentação durante a crise da encefalopatia espongiforme bovina – que obrigou à retirada dos animais mortos do meio natural -, a correcção de linhas eléctricas para evitar colisões e a protecção das colónias de reprodução.
Espanha concentra 75% da população mundial de grifo e cerca de 90% da população europeia.
Em Portugal, o grifo tem um estatuto de conservação Quase Ameaçado, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. É uma espécie que está presente no nosso país ao longo de todo o ano, mas faz movimentos amplos fora da época de reprodução, surgindo então noutras zonas do território.
Em Portugal nidificam algumas centenas de casais de grifos, mas a sua distribuição é fortemente assimétrica. Segundo a Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, o grifo distribui-se sobretudo pelo interior do território nacional, sendo mais comum junto à fronteira com Espanha. As principais zonas de reprodução situam-se no Nordeste Transmontano, que alberga mais de metade da população portuguesa desta espécie.
Os censos na Andaluzia foram realizados no âmbito do Programa de Seguimento da Fauna Silvestre da Junta da Andaluzia e contou com a ajuda de organizações como a Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO/Birdlife) – a coordenadora do censo da espécie em toda a Espanha -, a Sociedad Gaditana de Historia Natural e a Wilder South de Granada.
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