Este ano nasceram nos campos de Castela-La Mancha 90 crias de lince-ibérico, em 29 ninhadas, revelou recentemente o governo regional.
Nas duas populações principais de lince-ibérico (Lynx pardinus) de Castela-La Mancha (Serra Morena Oriental e Montes de Toledo) nasceram este ano um total de 90 crias, segundo um comunicado do governo regional na passada sexta-feira.
De acordo com os resultados preliminares desta temporada reprodutora, nos Montes de Toledo foram identificadas 19 ninhadas e 60 crias e na Serra Morena Oriental 10 ninhadas e 30 crias. Estes números poderão aumentar porque ainda falta confirmar a reprodução de outras fêmeas na zona da Serra Morena.
A estas crias há que acrescentar as 10 com menos de um ano de idade, vindas dos centros de reprodução em cativeiro que ali foram libertadas em 2020: cinco na província de Toledo e cinco na de Ciudad Real.
Castela-La Mancha é uma das quatro regiões do planeta onde vive esta espécie Em Perigo de extinção, juntamente com o Vale do Guadiana (Mértola e Serpa), Andaluzia (Doñana-Aljarafe, Andújar-Cardeña, Guarrizas e Guadalmellato) e a Extremadura espanhola (Valle del Matachel).
Os números deste ano “são muito positivos e mostram que as políticas de conservação e recuperação das espécies ameaçadas pelo governo de Castela-La Mancha estão a dar grandes resultados”, comentou o vice-conselheiro para o Ambiente, Fernando Marchán.
“Estes bons resultados não são fruto do acaso, mas sim de uma planificação que tem como objectivo conservar uma espécie que esteve quase a extinguir-se.”
Actualmente, o lince-ibérico ocorre em 28 municípios entre Montes de Toledo e a Serra Morena Oriental, com zonas de presença estável e reprodutora. Estima-se que Castela-La Mancha tenha um terço do total de linces que habitam na Península Ibérica.
Quanto à mortalidade detectada na região, um total de cinco linces morreram este ano naquela região de Espanha, dois na província de Ciudad Real (um por atropelamento e um por causas naturais) e três na província de Toledo (um por afogamento num poço e dois por atropelamento).
“Estamos a trabalhar para reduzir as causas de mortalidade da espécie nos troços das vias de comunicação considerados de máximo risco para a fauna em geral e para o lince-ibérico em particular”, comentou Fernando Marchán. Está a ser colocada sinalização nas estradas e está a ser feita uma aposta nas passagens subterrâneas para a fauna, por exemplo.
“A sensibilização dirigida aos utentes destas vias e o respeito dos limites de velocidade é fundamental, já que os animais que estão em liberdade podem cruzar a estrada a qualquer momento”, acrescentou.
Em Portugal, no Vale do Guadiana, nasceram este ano 50 linces, num total de 15 ninhadas.
Em Maio, a Comissão Europeia aprovou o novo programa de financiamento para a conservação do lince-ibérico, o LIFE LynxConnect – Criando uma metapopulação de lince-ibérico (Lynx pardinus). Portugal é um dos 21 parceiros.