O muscari conhecido como “nazareno do Outono” (Muscari parviflorum) apenas cresce em Málaga e Mallorca e corre um “grave risco” de desaparecer, alerta o Conselho espanhol Superior de Investigações Científicas (CSIC).
A gravidade da situação exige a ajuda de todos. Por isso, o grupo de investigação de Plantas Bulbosas do Real Jardim Botânico de Espanha, do CSIC, lançou um projecto de Ciência Cidadã na plataforma iNaturalist para “reunir fotografias e dados sobre esta planta”.
Conhecida como “nazareno do Outono” pela sua floração outonal, este muscari tem uma localização limitada na zona da baía de Málaga e em Mallorca, o que originou um interesse especial na sua conservação.
“A nossa intenção é saber mais sobre esta espécie, a sua distribuição e fenologia. Por isso criámos este projecto no iNaturalist para tentar reunir o máximo de informação possível sobre a espécie”, explicou Leopoldo Medina, um dos coordenadores daquele grupo de investigação.
“Queremos incentivar botânicos, amadores e profissionais, e em geral todos os entusiastas das plantas a fazer um esforço de prospecção em redor das áreas onde se localiza a planta, contribuindo assim para o seu conhecimento”, acrescentou Silvia Villegas, outra das coordenadoras.
Desde 2018 que este grupo de investigação está a trabalhar em colaboração com a Junta da Andaluzia para proteger esta espécie. Os bolbos que se encontram em populações ameaçadas são retirados e levados para outros locais próximos e com características ecológicas semelhantes, a fim de garantir a sua sobrevivência e fazer um seguimento da população.
O Muscari parviflorum é uma planta bolbosa com um máximo de 18 centímetros de altura, com uma inflorescência de 6 a 20 flores e uma gama de cores que vão do branco ao azul.
Esta espécie de distribuição mediterrânica, tem as suas populações dispersas e fragmentadas. “É crucial conhecer a diversidade genética das nossas populações para elaborar planos de conservação adequados, conseguir que seja incluída no Catálogo Andaluz de Espécies Ameaçadas e assegurar assim a sua sobrevivência”, comentou Inés Álvarez, colaboradora do grupo de investigação.
De momento, na primeira fase do projecto de Ciência Cidadã, já se realizaram 232 observações da espécie, feitas por 52 pessoas.
Há uma década que o grupo de investigação de plantas bolbosas do Real Jardim Botânico espanhol estuda os processos de mudanças globais que afectam estas espécies na zona do Mediterrâneo.
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