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Foto: Kevin/Pixabay

Águia-real reintroduzida no Parque Nacional da Peneda-Gerês

07.09.2020

A 4 de Setembro, uma águia-real (Aquila chrysaetos) foi libertada na Peneda-Gerês, junto à fronteira com o Parque Natural da Baixa Límia-Serra do Xurés, para recuperar esta espécie Em Perigo de extinção.

Actualmente existirão apenas três casais na área do Parque Nacional da Peneda Gerês e do Parque Natural da Baixa Límia-Serra do Xurés. 

Desde 2001 que um projecto de reintrodução da águia-real, da organização espanhola GREFA (Grupo de Reabilitação da Fauna Autóctone e do seu Habitat) está a tentar trazer de volta esta espécie à região. Até 2019 já foram libertadas 40 águias-reais nesta zona.

Águia-real. Foto: Gregory “Slobirdr” Smith/Wiki Commons

A 4 de Setembro foi libertada a primeira das quatro a libertar este ano, no âmbito de uma parceria da ONG espanhola e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“A reintrodução é realizada com exemplares oriundos tanto de recuperação como de reprodução em cativeiro”, explica o GREFA em comunicado.

Todas as águias-reais reintroduzidas estão equipadas com emissores de satélite para o seu seguimento.

Este projecto de reintrodução é complementado ainda com outras medidas, como a alteração de linhas eléctricas perigosas, a melhoria do habitat para aumentar a disponibilidade de presas e a aplicação de protocolos de luta contra o uso de venenos, a principal causa de mortalidade da espécie em Espanha.

Em Portugal, a espécie está classificada como Em Perigo de extinção, por ter cerca de 60 casais.

Águia-real. Foto: Kevin/Pixabay

A população portuguesa está distribuída por cinco núcleos: serras do Noroeste, serras do Alvão e do Marão, Alto Douro e Nordeste Transmontano, Alto Tejo e Bacia do Guadiana. Encontra-se extinta nas serras algarvias desde 1995.

No Parque Nacional da Peneda-Gerês, a espécie foi dada como extinta em 2004, quando morreu o macho do último casal que ali nidificava. A única fêmea que restou deixou de ser vista em 2009.

Esta rapina chegou a esta situação por causa de uma série de ameaças, desde o envenenamento, abate intencional e pilhagem de ninhos à perturbação do habitat e dos locais de nidificação, falta de presas (especialmente de coelho bravo) e baixa taxa reprodutiva.

A nível europeu, a espécie é considerada Rara, tendo menos de dez mil casais.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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