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Que espécie é esta: quítone Chaetopleura angulata

29.07.2021

O leitor Luís Estevão fotografou este animal marinho na praia em Vila Real de Santo António, no Algarve, a 27 de Abril de 2020, e pediu ajuda na identificação. Gonçalo Calado responde.

Trata-se de um quítone da espécie Chaetopleura angulata.

Espécie identificada por: Gonçalo Calado, biólogo e professor da Universidade Lusófona.

Este é um quítone, um molusco comum na costa portuguesa. 

Esta espécie, a Chaetopleura angulata, é o maior quítone que vive em Portugal, medindo cerca de 80 milímetros. Os animais desta espécie podem ter quatro cores: uns são verdes, outros rosa, outros castanhos e outros cremes.

Os quítones são animais que têm um corpo oval e alongado. São cobertos por uma concha com oito placas, que funciona como protecção. A maioria vive na zona entre-marés, aquela que fica a descoberto durante a maré baixa.

Estas espécies agarram-se ao substrato funcionando eles próprios como ventosas. Mas também conseguem enrolar-se sobre si mesmos, como é o caso do quítone observado por Rui Colaço a 24 de Agosto de 2019 na praia da Fuseta.

Alimentam-se de algas minúsculas, de bactérias, diatomáceas e briozoários. Por sua vez, são predados por caranguejos, estrelas-do-mar, anémonas-do-mar e aves marinhas.

Os quítones pertencem à classe dos poliplacóforos. Actualmente estão descritas cerca de 1.000 espécies de poliplacóforos em todo o mundo, desde as regiões polares às tropicais.

Em Portugal estão descritas 20 espécies de poliplacóforos.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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