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Que espécie é esta: Gasteracantha cf. falcicornis

08.12.2020

O leitor Rui Figueiredo encontrou esta aranha em Angola a 5 de Julho e quis saber qual a espécie a que pertence. Sérgio Henriques responde.

A fotografia foi tirada a 5 de Julho em Angola – Cuanza Sul.

Trata-se de uma Gasteracantha cf. falcicornis.

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta é de facto uma aranha extraodinária, de um género que não temos em Portugal.

Parece-me ser uma fêmea de Gasteracantha cf. falcicornis. Uma aranha de teia orbicular cuja defesa é parecer fisicamente intragável ou, pelo mesmo, parecer um “osso demasiado duro para roer”.

É, na verdade, inofensiva para os seres humanos e os seus espinhos são mais frágeis do que parecem e o pobre animal pode parti-los, se for manuseada sem cuidado, e morrer. Pois estes não são realmente “espinhos” como nas plantas, ou “cornos” como nos mamíferos, mas sobretudo extenções do seu corpo.

Se estas extruturas fossem realmente cornos o recorde mundial iria para outro membro deste genero, a Gasteracantha arcuate, cujas pretuberâncias são tão longas que seria como um boi ter os chifres do comprimento (não a largura) de um camião.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


Já que está aqui…

Apoie o projecto de jornalismo de natureza da Wilder com o calendário para 2021 dedicado às aves selvagens dos nossos jardins.

Com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá identificar as aves mais comuns nos jardins portugueses. O calendário Wilder de 2021 tem assinalados os dias mais importantes para a natureza e biodiversidade, em Portugal e no mundo. É impresso na vila da Benedita, no centro do país, em papel reciclado.

Marco Nunes Correia é ilustrador científico, especializado no desenho de aves. Tem em mãos dois guias de aves selvagens e é professor de desenho e ilustração.

O calendário pode ser encomendado aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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