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Que espécie é esta: aranha buraqueira-de alçapão-duplo

04.11.2024

A leitora Sara Telo encontrou esta aranha a 31 de Outubro numa rua de Lagos, Algarve, e pediu para saber a espécie. Pedro Sousa responde.

“Seguem em anexo as fotos de uma aranha que achei na noite passada (31/10), na Rua das Gaivotas, entre os lotes 6 e 7, na zona do Chinicato, em Lagos, Algarve, a qual me pareceu ser uma aranha-rato que não é nativa do nosso país, mas sem qualquer certeza! Não consegui tirar uma foto melhor, pois estava muito escuro, estava a chover e ela movia-se rapidamente”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma aranha buraqueira-de alçapão-duplo (Ummidia algarve).

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, biólogo com vasta experiência na identificação de espécies de aranhas autóctones de Portugal e especialista do grupo Aranhas e Escorpiões da IUCN SSC.

As fotos não estão fantásticas, mas tendo em conta o sítio onde foram feitas e o aspecto geral da aranha, restam-me poucas dúvidas de que se trata de uma Ummidia algarve.

Também não é possível confirmar pelas fotos, mas como não é comum que as fêmeas dispersem quando adultas, é provável que se trate de um macho em busca de uma fêmea para acasalar.

Esta espécie é um endemismo ibérico.

Recorde aqui uma aranha desta mesma espécie que um leitor da Wilder encontrou em Dezembro de 2016 no Alentejo.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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