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Lontras-marinhas no Oceanário de Lisboa. Foto: Pedro A. Pina

Oceanário de Lisboa quer mostrar-lhe as lontras marinhas de perto

25.09.2017

Esta é aquela semana do ano em que aquários de todo o mundo se juntam para apelar à conservação das lontras marinhas. De 24 a 30 de Setembro, o Oceanário de Lisboa quer responder a todas as suas perguntas sobre estes animais icónicos.

 

As lontras-marinhas (Enhydra lutris), em especial a Micas e a Maré, são as estrelas do Oceanário durante esta semana. Isto porque esta instituição associa-se à 15ª edição da Annual Sea Otter Awareness Week. Esta iniciativa conta com a participação de vários aquários de todo o mundo, entre os quais o Aquário de Monterey, Aquário de Vancouver, Aquário de Copenhaga, que se juntam para promover o conhecimento e sensibilização para a conservação das lontras marinhas.

Durante esta semana, das 11h00 às 13h00, um educador marinho estará à sua espera junto da Micas e da Maré, no habitat do Pacífico, para responder a todas as perguntas. Poderá ficar a saber, por exemplo, qual é a rotina das lontras no Oceanário, o que é que comem e a importância deste mamífero para o ecossistema onde vive.

 

Lontras-marinhas no Oceanário de Lisboa. Foto: Pedro A. Pina

 

“As lontras marinhas têm um papel fundamental nos ecossistemas marinhos onde vivem”, diz Núria Baylina, curadora e diretora de conservação do Oceanário de Lisboa, em comunicado. “Esta espécie é considerada Em Perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza e, sendo uma das espécies que os visitantes do Oceanário têm oportunidade de conhecer no nosso espaço, estamos muito satisfeitos por, uma vez mais, nos podermos juntar a esta iniciativa e promover o conhecimento acerca destes mamíferos sensibilizar para a sua preservação.”

 

 

Estima-se que existam hoje cerca de 125 mil lontras em todo o mundo, principalmente na Rússia e nos Estados Unidos (Alasca e Califórnia). Mas em 1911, chegaram mesmo a restar 2.000 animais, fragmentados em 13 colónias. As lontras começaram a ser caçadas depois dos exploradores russos terem chegado ao Alasca em 1741, dando início à caça para fins comerciais. Seguiram-se décadas de perseguição por causa do seu pêlo.

Hoje, depois de anos de projectos de conservação, os números recuperaram. Ainda assim, a tendência é que as populações diminuam, segundo a União Internacional de Conservação da Natureza (UICN). Estão ameaçadas pela poluição, derrames de petróleo, interacção com artes de pesca, predação e doenças, descreve a organização. Por isso está classificada como espécie Em Perigo de Extinção.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais sobre a Micas e Maré

Micas e Maré, as duas lontras marinhas que actualmente moram no Oceanário, nasceram ali mesmo. Maré nasceu a 2 de Maio de 1998 e Micas a 26 de Julho de 2001.

Muitas vezes dormem de “patas” dadas, para não saírem do sítio. São os animais mais comilões de todos os que vivem neste aquário português: ingerem 30% do seu peso por dia, o que equivale mais ou menos a nove quilos de comida.

Ao contrário das lontras portuguesas, que são lontras de água doce, as lontras marinhas passam todo o tempo no mar e por isso têm as patas traseiras em forma de barbatana. E cuidam muito do pêlo para o manterem impermeável, uma tarefa importante porque esta espécie, originária do Pacífico Norte, não tem gordura para se proteger do frio. Trabalho não lhes falta, pois são mesmo muito peludas: num centímetro podem ter tanto pêlo como um ser humano no corpo todo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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