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Foto: Danilo Cedrone/Wiki Commons

Comissão Europeia adopta Pacto Europeu para os Oceanos

05.06.2025

A Comissão Europeia adoptou a 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, o Pacto Europeu para os Oceanos, uma estratégia para proteger melhor os oceanos com seis prioridades.

O Pacto “reúne as políticas europeias relativas ao oceano num único documento orientador que quer resolver as significativas ameaças ao nosso oceano, às nossas economias costeiras, ilhas e regiões”, escreve Bruxelas em comunicado.

Entre as seis prioridades deste Pacto está proteger e restaurar a saúde do oceano. Para isso, Bruxelas vai apoiar os Estados membros a restaurar habitats marinhos e costeiros degradados e incentivar a criação e gestão de áreas marinhas protegidas.

Outra das prioridades é promover a investigação científica. O Pacto propõe a Ocean Observation Initiative para melhorar o conhecimento sobre o oceano.

Este documento, que será apresentado na Conferência da ONU para os Oceanos, a 9 de Junho pela presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, prevê ainda reforçar a governância do oceano através, por exemplo, do combate à pesca ilegal e não declarada.

As outras prioridades são apoiar as comunidades costeiras e das ilhas – prevendo a criação de reservas europeias de carbono azul -, a promoção da competitividade da economia azul e o reforço da segurança e defesa marítimas.

“O Pacto Europeu para os Oceanos que estamos hoje a apresentar é sobre garantir coerência e coordenação de políticas e sobre debatermos uns com os outros para garantir que as nossas políticas dêem o seu melhor”, comentou, em comunicado, Costas Kadis, comissário europeu para os Oceanos e Pescas.

“O Pacto para os Oceanos não é, definitivamente, uma mensagem numa garrafa; o Pacto Europeu para os Oceanos demonstra como a União Europeia é também uma União do Oceano”, acrescentou.

Hoje, seis organizações não governamentais de ambiente avisam que a este Pacto faltam acções vinculativas o suficiente, cruciais para a protecção do oceano.

A BirdLife Europa, ClientEarth, Oceana, Seas At Risk, Surfrider Foundation Europe e a WWF Europa saúdam o anúncio de Bruxelas relativo ao documento, que pretende trazer coerência às políticas marinhas.

Mas avisam que, para este Pacto ter sucesso, “deve levar à implementação imediata das obrigações existentes e incluir metas legalmente vinculativas e metas para a conservação e restauro, tão necessárias para a saúde do oceano e para as comunidades costeiras”.

Nomeadamente, estas seis organizações lamentam a falta de medidas concretas para lidar com as actividades mais danosas nas águas europeias, incluindo a sobre-pesca, a poluição e actividades destrutivas em áreas protegidas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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