Jardim Botânico de Coimbra dá-lhe a oportunidade de ver (quase) todos os nossos cravos silvestres de uma só vez

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A exposição temporária “Portugal é um país de cravos”, patente até 31 de Julho junto à Estufa Tropical do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, conseguiu reunir três quartos da diversidade de cravos silvestres, incluindo três que não existem em mais nenhum país do mundo.

A flora portuguesa tem 12 espécies e subespécies de cravos silvestres, entre eles três que são endemismos lusitanos: Dianthus cintranus subsp. cintranusDianthus cintranus subsp. barbatus e Dianthus laricifolius subsp. marizii.

Cravina-de montejunto (Dianthus cintranus subsp. barbatus). Foto: João Farminhão

Das serras transmontanas aos vulcões extintos da Península de Lisboa, esta mostra é uma síntese do território de Portugal continental em que se celebra o sucesso evolutivo dos nossos cravos e cravinas.

João Farminhão, presidente da Sociedade Portuguesa de Botânica e investigador no Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e no Jardim Botânico da mesma universidade, explicou hoje à Wilder que “as cravinas são os cravos não dobrados, singelos apenas com 5 pétalas. Vulgarmente chamamos a todas as cravinas silvestres, cravinas-do-monte ou cravinas-bravas”.

Cravina-alta (Dianthus hyssopifolius L. subsp. hyssopifolius). Foto: João Farminhão

Qual a melhor altura do ano para os apreciarmos na natureza? “Agora. No geral entre maio e julho”, respondeu o responsável.

Para nos facilitar a vida, o Jardim Botânico reuniu quase todas as espécies que ocorrem no país. Na exposição poderá ver “plantas vivas, com um exemplar de 9 das 12 cravinas da nossa flora”, acrescentou João Farminhão.

Cravina-de-bragança (Dianthus laricifolius subsp. marizii). Foto: João Farminhão

Ali podemos ver a cravina-de-brotero (Dianthus broteri), a cravina-de-sintra (Dianthus cintranus subsp. cintranus), a cravina-de montejunto (Dianthus cintranus subsp. barbatus), a cravina-alta (Dianthus hyssopifolius L. subsp. hyssopifolius), a cravina-montesa (Dianthus langeanus), a cravina-do-douro (Dianthus laricifolius subsp. laricifolius), a cravina-de-bragança (Dianthus laricifolius subsp. marizii), a cravina-portuguesa (Dianthus lusitanus) e, “algures no Jardim Botânico” a cravina-palhinha (Dianthus nudiflorus).

O grande objectivo desta iniciativa é “promover o conhecimento da flora silvestre de Portugal e aprofundar a relação de todos nós com os cravos. A exposição foi encomendada pela Universidade no âmbito das comemorações do cinquentenário do 25 de Abril”.

Cravina-de montejunto (Dianthus cintranus subsp. barbatus). Foto: João Farminhão

A mostra, em visita livre, está patente até dia 31 de julho, todos os dias entre as 09h00 e as 20h00.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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