Seis mantas, da espécie diabo-do-mar-do-Atlântico (Mobula hypostoma), chegaram recentemente ao tanque central do Oceanário de Lisboa, uma espécie que não existe em mais nenhum aquário europeu, segundo um comunicado divulgado ontem. O desafio agora é tentar conhecer melhor estes animais marinhos.
Enquanto está a ler este texto, mais de 50 espécies de peixes nadam no aquário central do Oceanário de Lisboa. Como os tubarões, os peixes-lua, os meros e, recentemente, um cardume de seis mantas de uma nova espécie (Mobula hypostoma).
São animais que podem chegar aos 120 centímetros de envergadura e que vivem solitariamente ou em pequenos cardumes nas zonas costeiras do oceano Atlântico ocidental. Têm uma forma curiosa de se alimentar. Elas dirigem o alimento – zooplâncton, pequenos camarões e peixes – para a frente da boca com a ajuda das duas saliências que têm de cada lado da cabeça, chamadas lobos cefálicos.
Estas seis mantas chegaram em Julho a Lisboa, vindas da Florida. Depois de um período de aclimatação às novas condições de vida foram introduzidas no aquário central, permanecendo vários dias numa estrutura de isolamento para se habituarem.
O Oceanário de Lisboa é o primeiro aquário da Europa a receber esta espécie de mantas, salienta em comunicado. Agora, o objectivo é observá-las e aprender mais sobre elas, uma vez que se sabe “pouco sobre as suas populações, idade, crescimento e taxas de reprodução”, explica o mesmo comunicado.
É importante conhecê-las melhor porque, ao habitarem preferencialmente zonas perto da costa, são alvo da pesca comercial e acidental. Mas, por enquanto, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) – a entidade mundial responsável por definir o estatuto de conservação das espécies – ainda não tem dados suficientes sobre o diabo-do-mar-do-Atlântico. Por esta razão, o estatuto é inexistente.
“Consideramos fundamental dar a conhecer esta espécie e promover a sensibilização dos visitantes para as atuais ameaças face à sobre-exploração dos seus habitats”, disse Núria Baylina, curadora do Oceanário de Lisboa. Segundo a responsável, este projecto quer “facilitar o conhecimento científico desta manta, dado que é uma espécie pouco estudada no ambiente natural”.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
O Oceanário tem raias e mantas. Mas as mantas têm um formato triangular e são escuras no dorso e brancas no ventre. Para ser mais fácil identificar as mantas diabo-do-mar-do-Atlântico note que, apesar das semelhanças com o diabo-do-mar (Mobula mobular), esta espécie é mais pequena, tem uma cauda mais longa e não tem um espinho na sua base.
Descubra aqui quais as sete espécies que tem de conhecer no Oceanário.