O Município de Carrazeda de Ansiães vai organizar, nos dias 4 e 5 de Maio, o Festival do Chasco Preto, ave classificada como Criticamente Em Perigo de extinção.
“Esta atividade deriva do facto de Carrazeda de Ansiães ter uma das maiores concentrações da espécie Oenanthe leucura, vulgarmente conhecido como chasco-preto, que está classificado como espécie criticamente em perigo”, explicou o município em comunicado.
O Festival do Chasco Preto tem como objetivos “alertar a sociedade para a ameaça do desaparecimento desta espécie” e “identificar o concelho de Carrazeda de Ansiães como um território com um enorme potencial na área do turismo ornitológico”.
O evento vai dividir-se em dois momentos distintos. O primeiro envolve a realização de um Concurso de Fotografia dedicado inteiramente a esta ave, com início a 1 de Março; as fotografias podem ser submetidas até ao dia 15 de Abril. O júri é composto por Pedro Alves (PALOMBAR), Artur Cascarejo (PNRVT) e pelo fotojornalista Leonel de Castro, convidado pelo Município de Carrazeda de Ansiães. A revelação das fotografias vencedoras vai decorrer no dia 5 de Maio, no auditório do CITICA, no Seminário do Festival do Chasco Preto.
Os prémios são atribuídos às três fotografias vencedoras: 1º lugar 250€; 2º lugar 125€ e 3º lugar 65€.
O segundo é o festival propriamente dito, onde estão incluídas uma caminhada de observação; fotografia; anilhagem científica e um seminário.
Segundo a Lista Vermelha das Aves, “o chasco-preto está unicamente presente próximo do Tejo internacional e da metade interior do rio Douro”.
“A espécie habita em zonas áridas ou semiáridas e está associada a zonas com pouca vegetação e de declive acentuado, muitas vezes nos vales encaixados das linhas de água. A espécie nidifica tipicamente em cavidades de afloramentos rochosos ou de muros e outras construções humanas normalmente construídas em pedra.”
“Na zona do Douro, que constitui a principal área de ocorrência, a espécie está muitas vezes associada a vinhas e olivais, mas sobretudo a socalcos em pedra e solo exposto.”
Os locais onde a espécie é mais comum são no vale do rio Douro, entre a desembocadura dos rios Côa e Pinhão, com especial relevância para o sul do concelho de Carrazeda de Ansiães.