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Joana Amil Peixoto: “Faço-o de coração. Estou aqui por eles”

26.04.2016

Joana Amil Peixoto, 29 anos e natural de Lisboa, é veterinária no CNRLI desde Dezembro de 2015.

 

Desde sempre Joana quis ser veterinária para trabalhar com felinos selvagens. “Foi sempre o meu sonho.” Depois do curso de Medicina Veterinária, o primeiro emprego foi numa clínica de pequenos animais. “Passado pouco mais de um ano surgiu a oportunidade. Vi o anúncio do CNRLI, candidatei-me (sempre a achar que ia ser impossível) e o sonho realizou-se!”

 

 

Joana chegou ao centro de reprodução do lince-ibérico sabendo que “este era o felino mais ameaçado do mundo e que se estava a fazer o possível e o impossível para o recuperar.”

Desde então, o lince-ibérico tornou-se no seu trabalho. “É um felino incrível, tanto em beleza como em personalidade.” À medida que o tempo passa “vamos conhecendo melhor cada indivíduo, os seus hábitos e as suas rotinas. Mas mesmo assim eles não param de nos surpreender”.

Para Joana, a melhor parte de trabalhar no centro é “poder estar envolvida neste projecto, que sempre me encantou. É muito gratificante poder acompanhar o desenvolvimento das crias, que culmina em libertação na natureza.” Além disso, “é muito interessante ter a possibilidade de fazer a diferença na qualidade de vida dos reprodutores que vivem no CNRLI. A qualidade do nosso trabalho reflecte-se na qualidade de vida destes animais.”

O mais difícil é a grande exigência a nível de disponibilidade de tempo. “Tem que estar sempre um veterinário por perto, o que acaba por limitar bastante o que podemos fazer com o nosso tempo livre. Mas faço-o de coração. Estou aqui por eles.”

 

[divider type=”thick”]Série Como nasce um lince-ibérico
Uma equipa da Wilder esteve dois dias no CNRLI em Março do ano passado e assistiu ao último parto da temporada, ao lado de veterinários, tratadores, video-vigilantes e voluntários. Nesta série contamos-lhe como é o trabalho naquele centro e apresentamos-lhe as pessoas por detrás da reprodução em cativeiro desta espécie.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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