Andreia Grancho, 30 anos e natural do Porto, é vídeo-vigilante no CNRLI desde 2011.
Andreia partilha com Verónica Madeira e Marta Cabaça a responsabilidade de vigiar os linces que vivem no Centro Nacional de Reprodução de Lince-Ibérico (CNRLI), através das imagens transmitidas em directo pelas câmaras de vídeo-vigilância.
Esta psicóloga de formação, com especialização em Comportamento Animal, senta-se em frente aos monitores e regista o dia-a-dia dos linces há já cinco anos.
“Quando soube que a equipa do CNRLI estava a ser formada enviei logo o currículo. Mas só conseguiu entrar um ano depois, quando surgiu uma vaga.” E ficou.
Na altura, pouco sabia sobre esta espécie de felino. “Tinha um interesse generalizado por animais e já tinha feito voluntariado com o lobo num zoo e em liberdade.”
Agora, é diferente. Entre as muitas particularidades da vida de um lince-ibérico, Andreia admira mais o comportamento maternal com as crias até à fase em que estas se tornam independentes. “Cada mãe lince as suas formas de ensinar as suas crias a caçar”. Mas, regra geral, todas as progenitoras apresentam a presa de forma faseada. “É engraçado ver como as crias estão muito atentas para aprender como a mãe faz. E aprendem a caçar num instante”, no meio de muita brincadeira, claro.
Para esta vídeo-vigilante, as fases do CNRLI mais estimulantes são os períodos de gestação e os partos. “É preciso grande concentração nestes momentos. Mas cada fase tem o seu interesse, especialmente para quem gosta de estudar comportamentos.” Segundo Andreia, o mais difícil é fazer vídeo-vigilância quando os linces passam muito tempo a dormir.
[divider type=”thick”]Série Como nasce um lince-ibérico
Uma equipa da Wilder esteve dois dias no CNRLI em Março do ano passado e assistiu ao último parto da temporada, ao lado de veterinários, tratadores, video-vigilantes e voluntários. Nesta série contamos-lhe como é o trabalho naquele centro e apresentamos-lhe as pessoas por detrás da reprodução em cativeiro desta espécie.