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Lince-ibérico, cria. Foto: Programa Ex-situ (arquivo)

Número de crias de lince-ibérico na Extremadura espanhola sobe para 10

07.07.2016

Esta semana, os técnicos do Iberlince encontraram mais três crias de lince-ibérico no Vale de Matachel, aumentando assim para 10 o número destes animais nascidos em 2016 na Extremadura espanhola.

 

Duas das crias encontradas agora são filhas de Kodiac. Estes animais “não foram encontrados antes porque esta foi uma gravidez fora do ciclo ‘habitual’ da espécie”, explicam os técnicos do projecto Iberlince em comunicado. Neste caso, a gravidez e o parto aconteceram mais tarde.

A outra cria é a quarta da ninhada de Kakapo e foi descoberta um mês depois da confirmação dos seus três irmãos. Kakapo é uma fêmea que nasceu no Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves, em 2013, e foi libertada em Vale de Matachel em 2014.

“Às vezes é complicado confirmar o número exacto das crias de lince de uma ninhada”, explica o projecto Iberlince. “A observação por parte dos técnicos faz-se a uma grande distância e da maneira menos intrusiva para não perturbar nem a fêmea nem as crias.” Além disso, “a orografia do terreno dificulta muito a observação e possibilita que um ou outro animal esteja camuflado na vegetação ou em alguma cavidade”.

Com estes três linces, o número de crias nascidas este ano em liberdade no Vale de Matachel – Valdecigueñas, a única zona de reintrodução da espécie na Extremadura espanhola, subiu para 10. São três as fêmeas reprodutoras, duas nascidas no CNRLI e uma no centro de reprodução El Acebuche, em Doñana (Andaluzia). Perante a descoberta de mais três crias, os conservacionistas dizem-se “esperançosos” quanto à “continuidade da espécie na Estremadura”.

Como parte do projecto de conservação do lince-ibérico (Lynx pardinus), as reintroduções começaram em 2012 na Andaluzia e, em 2014, estenderam-se a outras regiões da Península Ibérica, nomeadamente ao Parque Natural do Vale do Guadiana, a Extremadura (Vale de Matachel) e a Castela-La Mancha (Serra Morena Oriental e Montes de Toledo).

Em Portugal, no Parque Natural do Vale do Guadiana, são conhecidas duas ninhadas, uma de Lagunilla e outra de Jacarandá. E em Castela-La Mancha são conhecidas pelo menos cinco ninhadas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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