Cagarra na Madeira. Foto: Hobbyfotowiki/WikiCommons

SPEA apresenta novo projeto para proteger aves marinhas na Madeira

15.05.2025

Travar a ameaça das espécies invasoras às aves marinhas da Madeira é o grande objectivo do projecto de conservação BESTLIFE2030 – STOP Predators, que vai ser apresentado a 20 de Maio pela SPEA Madeira.

As aves marinhas são um dos grupos mais ameaçados a nível global. Todos os dias enfrentam o “impacto devastador de espécies invasoras como ratos, gatos e mustelídeos, que predam ovos, crias e até adultos, destruindo colónias inteiras”, alerta a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) em comunicado enviado à Wilder.

Durante três anos, os conservacionistas vão estar dedicados a avaliar o impacto dessas espécies introduzidas em colónias de aves marinhas na ilha da Madeira e sensibilizar as comunidades costeiras para a importância da proteção da biodiversidade.

Entre as aves marinhas do arquipélago da Madeira estão a cagarra (Calonectris borealis), o roque-de-castro (Hydrobates castro), a freira-da-madeira (Pterodroma madeira), a freira-do-bugio (Pterodroma deserta) e o patagarro (Puffinus puffinus).

“As ilhas atlânticas são refúgios preciosos para muitas espécies únicas de aves marinhas, mas também são ecossistemas extremamente vulneráveis”, comentou Cátia Gouveia, coordenadora do projeto e da SPEA Madeira. “Com este projeto, queremos agir antes que seja tarde demais, unindo ciência, ação e sensibilização. Só com o envolvimento das comunidades locais será possível garantir a sobrevivência destas espécies no futuro.”

O trabalho acontece no âmbito do projeto BESTLIFE2030 STOP Predators, coordenado pela SPEA e cofinanciado a 95% pela União Europeia através do programa BESTLIFE2030.

O projeto vai ser apresentado oficialmente a 20 de Maio no Museu da Baleia, no Caniçal. O evento, de entrada livre, decorrerá entre as 09h30 e as 12h30, e contará com a presença de oradores locais e nacionais da área da conservação da natureza, que irão partilhar experiências e apresentar estratégias para restaurar ecossistemas insulares frágeis. 

Esta iniciativa dá continuidade e reforça o legado de iniciativas anteriores, como o LIFE Natura@night, promovendo uma rede de cooperação entre investigadores, associações, instituições públicas e cidadãos, em prol da defesa do património natural atlântico.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

Don't Miss