Foto: Vítor Oliveira/Wiki Commons

Novo estudo vai avaliar classificação da Duna de Salir do Porto como área protegida

07.02.2025

Localizada no concelho de Caldas da Rainha, na zona litoral de São Martinho do Porto, esta é a maior duna de Portugal, com 50 metros de altura.

Em despacho do Ministério do Ambiente e Energia, publicado esta sexta-feira no Diário da República, o Governo determina a realização de um estudo dos valores ecológicos e paisagísticos que estão associados à Duna de Salir do Porto, tendo como objetivo a sua classificação.

O diploma encarrega o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas de “promover a realização de um estudo integrado que avalie os valores ecológicos e paisagísticos deste território, identificando também os principais riscos e ameaças à sua preservação, propondo orientações estratégicas para a sua salvaguarda, em articulação com as autarquias locais e outras entidades relevantes”. Com base nos resultados do estudo, deverá ser proposta a classificação da Duna de Salir do Porto como área protegida.

Vista da baía de São Martinho do Porto, esta duna estende-se por 200 metros de comprimento e alcança uma altura de 50 metros, descreve o despacho n.º 1815/2025, publicado esta sexta-feira, que adianta que além de ser esta a maior duna de Portugal, poderá ter sido a maior da Europa, de acordo com registos históricos.

“Parte da duna é constituída por granito e a sua dimensão terá sido alcançada há cerca de 100 mil anos com areias provenientes das lagoas que existiam entre Óbidos e a Nazaré. De acordo com os registos existentes, a Duna de Salir do Porto é constituída por arenito vermelho, que constitui vestígio de uma duna fóssil mais antiga, tendo a consolidação das areias sido feita por um cimento ferruginoso, cuja análise indica que terá ocorrido num ambiente de clima mais quente do que o atual.”

O diploma explica tambem que esta área serve de habitat para numerosas espécies, com destaque para as aves, mas “a pressão das atividades humanas, em especial o pisoteio sobre a zona dunar, colocam em risco esta estrutura ecológica”. E por esse motivo, “o potencial natural deste território deve ser avaliado no sentido de serem tomadas medidas para a sua proteção e valorização ambiental.”

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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