Autarquia vai dinamizar uma sessão pública de esclarecimento sobre a proposta para classificação deste património, considerado um ‘hotspot’ mundial de biodiversidade cavernícola.
Esta gruta, que tem vindo a ser restaurada por cientistas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, está situada na povoação de Vale Telheiro, na frequesia de São Sebastião, no concelho algarvio de Loulé. A área que deverá ser classificada inclui como Monumento Natural de âmbito local, passando a fazer parte da Rede de Áreas Protegidas, inclui ainda um total de 79 hectares à superfície.
Até hoje, os investigadores já identificaram neste local mais de 21 espécies de animais terrestres que vivem unicamente em ambientes cavernícolas, incluindo pseudoescorpiões, minhocas, caracóis, ácaros, aranhas, centopeias, milpés, bichos-de-conta, colêmbolos, dipluros, peixinhos-de-prata e escaravelhos, lembra o município em comunicado.
As espécies ali encontradas têm “características adaptativas únicas” que lhes permitem viver dentro de cavernas e, por isso, estão “entre as mais raras, ameaçadas e desprotegidas a nível mundial”, sublinha a autarquia. Quanto à área à superfície que o município pretende também classificar, é composta na maioria por “uma mancha de matos densos calcários bem conservados, com um índice de biodiversidade muito elevado.”
Com esta classificação, o objetivo é que a gruta e a área em redor passem a “beneficiar de uma figura de proteção legal e de medidas de proteção, conservação e valorização adequadas”, afirma o município. Para isso, será aplicada uma “promoção e gestao integrada da sustentabilidade” deste local, prevendo-se que os proprietários e todos os interessados tenham um “papel essencial” no que respeita ao “equilíbrio necessário entre a presença humana e a conservação dos valores naturais existentes”, acrescenta a autarquia.
A sessão de esclarecimento foi agendada para esta quarta-feira, 15 de janeiro, pelas 18h30, no café “O Pinheiro”, em Vale Telheiro.
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