O número de tigres que vivem na natureza, registados pelas autoridades em sete países da Ásia, cresceu para 3.890 indivíduos, anunciaram o World Wide Fund e o Global Tiger Forum.
Este anúncio surge na mesma semana de um importante encontro internacional que começou hoje em Nova Delhi, na Índia, onde se vão debater as medidas necessárias para a conservação deste grande felino.
Os novos números são o resultado da contabilização dos dados mais recentes da União Internacional para a Conservação da Natureza, em conjugação com o resultado de inquéritos recentes em vários países.
Em 2010, os últimos números divulgados apontavam para cerca de 3.200 tigres encontrados na natureza. A subida das populações na Rússia, Índia, Nepal e Butão, o aumento das medidas de protecção da espécie e um maior rigor nos inquéritos são algumas das causas apontadas para esta subida.
“Pela primeira vez, depois de décadas de declínio constante, os números do tigre estão a subir. Isso dá-nos grandes esperanças e mostra que podemos salvar espécies e os seus habitats quando os governos, as comunidades locais e os conservacionistas trabalham em conjunto”, declarou Marco Lambertini, director-geral da WWF International.
A Índia é de longe o país onde se podem observar mais tigres em liberdade (2.226), seguida pela Rússia (433) e pela Indonésia (371), Malásia (250) e Nepal (198). Ainda assim, noutros países considerados um território natural desta espécie, os registos são inexistentes (Cambodja) ou muito reduzidos, como na China (menos de sete) e Vietname (menos de cinco).
Considerado Em Perigo de conservação pela UICN, o tigre é sobretudo ameaçado pela caça ilegal, contrabando e pela destruição de habitat, com as selvas a serem substituídas, por exemplo, por plantações destinadas à produção intensiva de óleo de palma.
Em 2010, quando se realizou na Rússia a Cimeira do Tigre, os governos presentes no encontro acordaram no objectivo comum de duplicar a população mundial de tigres até 2020. Agora, pretendem continuar a debater este mesmo assunto.
“Este é um encontro crítico que se realiza a meio caminho do objectivo de duplicarmos a população de tigres”, afirmou Rajesh Gopal, secretário-geral do Global Tiger Forum. “Os governos vão decidir sobre os próximos passos para atingirem esta meta e assegurar que os tigres selvagens têm um lugar no futuro da Ásia.”
Rajesh Gopal alertou também para a situação no Sudeste Asiático, onde os países “correm um risco eminente de perderem os seus tigres se os governos não tomarem acções imediatas.”
Ainda recentemente, um novo estudo veio indicar que existe território suficiente para albergar o dobro da actual população de tigres selvagens no mundo, até daqui a seis anos.