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Foto: Helena Geraldes/Wilder

Livro ajuda a identificar 67 espécies de mamíferos ibéricos através dos pelos

15.03.2016

Durante 16 meses, uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro observou e fotografou amostras de pelo de 67 espécies de mamíferos terrestres da Península Ibérica. O trabalho foi publicado em livro a 10 de Março.

 

Ratinhos do campo, linces-ibéricos, ursos-pardos, coelhos-bravos ou ouriços são alguns dos animais presentes no Atlas dos pelos dos mamíferos terrestres ibéricos, lançado a 10 de Março na livraria da Universidade de Aveiro.

Até agora havia uma “grande lacuna” de informação, o que obrigava os especialistas nacionais “a recorrer a obras de âmbito europeu para conseguir identificar espécies através dos pelos”, explica em comunicado Carlos Fonseca, coordenador da Unidade de Vida Selvagem da Universidade de Aveiro e um dos autores do livro. Acontece que, “muitas vezes, esses atlas não continham espécies exclusivas da Península Ibérica”, acrescenta.

Por detrás deste atlas estão 16 meses de trabalho. Os investigadores observaram e fotografaram mais de 200 preparações microscópicas, cortes transversais e impressões cuticulares de 67 espécies.

“As impressões cuticulares das escamas que constituem os pelos e o perfil do pelo em corte transversal são características específicas de cada espécie de mamífero e, como tal, é possível através desta análise e comparação com as fotografias ao microscópio e a informação constante neste Atlas, identificar-se a espécie em causa”, explica Carlos Fonseca.

No livro estão descritas as estruturas e a constituição mais característica dos pelos desses mamíferos, informação que deverá ajudar estudantes e profissionais que trabalham nas áreas da Biologia, Ciência Forense, Medicina Veterinária ou Biodiversidade.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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