Nymphaea thermarum. Foto: Jardins Reais Botânicos de Kew

Nova exposição dos Jardins Reais de Kew mostra algumas das plantas mais raras e ameaçadas do mundo

18.09.2024

Os Jardins Reais de Kew, em Inglaterra, preparam-se para lançar a exposição Rare and Extinct que, de 19 de Outubro a 17 de Novembro, vai mostrar aos visitantes algumas das plantas mais raras e ameaçadas do mundo.

O grande objectivo, explica a instituição em comunicado, é “celebrar as plantas mais ameaçadas do mundo”.

De 19 de Outubro a 17 de Novembro, os visitantes terão a oportunidade de ver espécies raras da colecção viva de Kew na icónica estufa temperada. “Algumas nunca foram exibidas ao público, o que oferece uma oportunidade de vislumbrar os bastidores de Kew”.

Brighamia insignis. Foto: Jardins Reais Botânicos de Kew

As secções “Room of Rarity” e “Room of Extinction” vão exibir cerca de 20 plantas que ou são raras (classificadas como Criticamente Em Perigo, Em Perigo ou Vulneráveis) ou Extintas na natureza, de acordo com a classificação da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Normalmente, todas as plantas desta exposição crescem longe da vista do público no viveiro tropical dos Jardins Reais Botânicos de Kew.

Conseguir resolver o puzzle de como cultivar e tratar de plantas raras está no centro dos esforços de conservação daquela instituição. “É preciso o nosso melhor conhecimento e capacidades botânicas para garantir a sobrevivência destas espécies” e de ajudar a travar a perda de biodiversidade, acrescenta o comunicado. “O desafio de cuidar e de propagar estas plantas raras é uma vocação e esta exposição será uma celebração do trabalho dos nossos dedicados horticulturistas que cuidam destes espécimes.”

A história de cada planta será contada através de uma série de artefactos do herbário de Kew, das colecções e arquivos da instituição e de curtos filmes com os botânicos que cuidam delas.

Estufa temperate em Kew. Foto: Jardins Reais Botânicos de Kew

A missão de Kew é “compreender e proteger plantas e fungos para o bem-estar das pessoas e para o futuro de toda a vida na Terra e acreditamos que as crises climática e da biodiversidade precisam de ser resolvidas em conjunto”, acrescenta a instituição. “A natureza é a chave para trazer as soluções para os desafios que enfrentamos. Este é um momento decisivo para a natureza”.

A COP16 da Biodiversidade acontece de 21 de Outubro a 1 de Novembro em Cali, Colômbia.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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