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Águia-pesqueira vai ser libertada no Algarve

30.01.2015

Uma águia-pesqueira (Pandion haliaetus) que está há duas semanas em recuperação no Rias (Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens da Ria Formosa) vai ser devolvida à natureza esta tarde.

“Esta ave foi encontrada por pessoas da associação A Rocha com redes de pesca enleadas nas patas”, disse António Cotão, biólogo e técnico do Rias, à Wilder. A águia-pesqueira foi depois encaminhada por vigilantes da natureza até às instalações do Centro, na Quinta de Marim, em Olhão.

De acordo com o responsável, a ave não tinha ferimentos mas estava fraca e em stress. “Esteve em internamento, em observação, durante três dias e foi transferida para o túnel de voo há cerca de uma semana. Estava a alimentar-se e a voar bem”, acrescentou.

Este é um juvenil de águia-pesqueira, uma espécie classificada como Criticamente em Perigo pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. A sua população residente extinguiu-se no final dos anos 90 do século passado e a população invernante será de cerca de 80 aves, segundo o censo realizado a 24 de Janeiro deste ano. Em 2011 arrancou um projecto de reintrodução da espécie nas margens da albufeira de Alqueva (Alentejo) com animais trazidos da Suécia e Finlândia.

Segundo António Cotão, a ave vai ser anilhada com uma anilha metálica da Central de Anilhagem Portuguesa antes de ser libertada, às 16h00, perto da zona onde foi encontrada, junto à Ria de Alvor.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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