Uma equipa internacional de cientistas descobriu duas novas espécies de peixes que viveram nos oceanos do planeta há 92 milhões de anos, no Período Cretácico, no tempo dos dinossauros.
Um dos autores do estudo, Kenshu Shimada, disse que os peixes – que se alimentavam de plâncton – pertencem ao género Rhinconichthys, um género extremamente raro. Até agora só se conhecia ter uma espécie, encontrada em 2010 em Inglaterra, o Rhinconichthys taylori.
Mas um novo crânio descoberto no Colorado (Estados Unidos) e a reavaliação de um outro crânio em Hokkaido (Japão) aumentaram agora para três o número de espécies daquele género, com uma distribuição geográfica mais ampla. As novas espécies são o Rhinconichthys purgatoirensis e o Rhinconichthys uyenoi, respectivamente, e estão descritas no artigo a publicar no próximo número da revista científica Cretaceous Research.
“Fiz parte de uma equipa que deu o nome ao género Rhinconichthys em 2010, com base numa única espécie de Inglaterra mas, na altura, não fazíamos ideia de que o género fosse tão diverso e tão globalmente distribuído”, disse Shimada, paleobiólogo na Universidade DePaul (Chicago), em comunicado.
O género Rhinconichthys pertence a um grupo que inclui alguns dos maiores peixes ósseos que alguma vez já viveram. Estes peixes deveriam ter entre 2 e 2,7 metros de comprimento e mandíbulas enormes para filtrar o plâncton.
“Com base no nosso novo estudo, temos agora três espécies diferentes de Rhinconichthys em três regiões separadas do planeta, cada uma representada por um crânio diferente”, notou Shimada. Até agora apenas se conhecem três espécimes deste género em todo o mundo.
“Isto diz-nos o quão pouco sabemos ainda sobre a biodiversidade de organismos através da História da Terra. É mesmo incompreensível.”