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Leitores: pergunta sobre “agapanto invulgar”

13.03.2024

A leitora Salomé Gomes encontrou um “agapanto invulgar” e perguntou à Wilder se é comum haver esta divisão de haste. Carine Azevedo responde.

Em Junho de 2023 “deparei-me com um agapanto invulgar, pelo menos para mim, que nunca havia visto um assim. É comum haver esta divisão de haste e duplo buquê? Achei interessante e decidi partilhar convosco na tentativa de ter alguma informação”, escreveu a leitora à Wilder.

De facto, a situação não é muito comum. 

As flores do Agapanthus spp. surgem agrupadas em inflorescências, na ponta da haste floral. 

À medida que a haste floral se forma e surge no meio da folhagem, as flores são envolvidas por uma bráctea verde que as protege de eventuais danos. As brácteas só libertam as flores quando estas estão maduras e o mais comum é que se abram sucessivamente, de baixo para cima.

No caso particular do Agapanthus spp. muito provavelmente terá ocorrido algum tipo de mutação

Embora menos frequente em comparação com outras plantas, podem ocorrer anomalias no desenvolvimento das flores de agapanto. 

Normalmente, as flores de agapanto crescem numa haste floral única. No entanto, em algumas circunstâncias, influenciadas por uma série de fatores – incluindo condições ambientais, genéticas ou danos durante o crescimento da planta -, podem ocorrer anomalias no desenvolvimento das flores, como a que se vê na fotografia enviada. 

Apesar de ser raro, não é necessariamente prejudicial para a saúde da planta e a nova flor pode continuar a desenvolver-se normalmente. Acredito que na próxima época de floração isso já não volte a acontecer.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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