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Leitores: um sardão na praia?

30.08.2024

A leitora Vanesa Alvarez encontrou a 29 de Agosto um sardão na praia em Vila Praia de Âncora, Viana do Castelo, e achou o facto curioso. Enviámos este registo ao herpetólogo Diogo Parrinha e este é o seu comentário.

“Achamos curioso pois ontem (29 de Agosto) encontramos o sardão na praia em Vila Praia de Âncora (distrito de Viana do Castelo) mesmo à beira da água”, escreveu a leitora à Wilder.

O animal das fotografias é, segundo Diogo Parrinha, herpetólogo e aluno de doutoramento do BIOPOLIS/CIBIO, um sardão juvenil (Timon lepidus).

“Estive em Vila Praia de Âncora há umas semanas e o facto de aparecer nessa praia não é assim tão surpreendente, tendo em conta que o rio Âncora deságua mesmo na praia da vila, havendo portanto água doce e algumas áreas relativamente selvagens nas proximidades”, respondeu Diogo Parrinha.

Este é “o maior e o mais robusto dos lagartos europeus”, segundo o guia Anfíbios e Répteis de Portugal. É verde com pintas escuras e ocelos azuis nos flancos. O ventre é branco ou amarelo.

Está activo da Primavera ao Outono.

Podemos vê-lo de Norte a Sul de Portugal continental mas é mais abundante nas zonas montanhosas e rochosas do Norte do país, segundo o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.

A espécie está em regressão por causa da destruição ou fragmentação do habitat e pela actividade agro-florestal intensiva.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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