Cagarras, garajaus e gaivotas estão entre os vencedores da 3ª edição do concurso internacional de fotografia “Aves Marinhas da Macaronésia”, organizado pela Asas do Mar – Instituto de Ornitologia Marinha dos Açores.
Nesta 3ª edição, os organizadores receberam um total de 104 inscrições de 26 participantes adultos e de 6 participantes na categoria Jovem fotógrafo, segundo um comunicado recentemente enviado à Wilder.
“Ficámos muito satisfeitos por ver imagens tiradas nos Açores, na Madeira e nas Ilhas Canárias, bem como no mar, no Oceano Atlântico”, escreveram os organizadores do concurso. “Gostaríamos de agradecer a todos os participantes pelo seu interesse nas Aves Marinhas da Macaronésia e por terem enviado as suas fotografias.”
O júri gostou especialmente de ver um aumento na variedade de espécies fotografadas e no número de imagens “no mar”, capturando o verdadeiro espírito das aves marinhas. “Foi um verdadeiro prazer, mas ao mesmo tempo uma tarefa difícil, avaliar a diversidade de estilos que demonstram o profundo envolvimento pessoal dos fotógrafos.”
O primeiro lugar para o Prémio Jovem Fotógrafo foi para uma imagem de uma cagarra (Calonectris borealis) tirada no mar, ao largo da ilha do Faial, por Maria Margarida Vieira.
“A cagarra está a correr sobre a água e parece estar a dançar como uma bailarina, o que lhe deu o nome – Danseuse de ballet, que em inglês significa Bailarina”, explicou a vencedora.
O júri observou que “Danseuse de ballet” é um excelente exemplo de fotografia “no mar”, revelando um breve momento de ação no ambiente marinho. “A cagarra é captada num ângulo excelente e os salpicos de água completam a história.”
Tiago Freitas, de 9 anos, foi distinguido com uma menção honrosa pela sua fotografia “Garajau-comum a olhar para uma abelha”, tirada no Porto de São Caetano, ilha do Pico, durante o mês de outubro de 2022.
“Fui dar um passeio com o meu pai para fotografar andorinhas-do-mar (garajaus)”, recordou Tiago Freitas. “Ao longe, vimos várias aves nas rochas junto ao mar e lá fomos nós. Tivemos de passar por cima e entre as rochas de lava para conseguir uma boa fotografia, e encontrei estas duas aves. Consegui tirar esta fotografia em que elas parecem perguntar-se ‘o que é que está aqui uma uma abelha a fazer?’ Acho que ficaram surpreendidos por a abelha estar tão perto delas”.
Na categoria de maiores de 18 anos, o vencedor deste ano é Rui Dias Pereira com a sua imagem de uma cagarra-de-barrete (Ardenna gravis) a voar em direção ao fotógrafo em mar calmo.
“O júri ficou impressionado com esta imagem tecnicamente bem executada que resume o que é um concurso de fotografia de aves marinhas. A imagem capta o voo dinâmico de uma espécie verdadeiramente pelágica e a sombra da ave na água acrescenta um elemento extra de interesse.”
“Esta imagem foi tirada durante uma viagem pelágica entre a Terceira e a Graciosa. Mostra uma cagarra-de-barrete a voar perto da água, aproveitando a diferença de temperatura entre a água e o ar para planar durante muito tempo”, explicou Rui Dias Pereira.
O segundo lugar foi atribuído a uma fotografia de uma gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis atlantis) que acabou de apanhar um pequeno peixe, com um golfinho em segundo plano.
Daniel Cejudo tirou esta fotografia no Inverno de 2022 ao largo da costa oeste de Tenerife. “Havia uma abundância de peixe trombeta no arquipélago e muitos animais, incluindo as gaivotas-de-patas-amarelas, aproveitaram a oportunidade para apanhar a sua ração, acompanhando os golfinhos roazes”, comentou Daniel Cejudo.
Os membros do júri gostaram da “ação interessante captada nesta fotografia, que mostra a interação entre três espécies marinhas. Conta uma história, que é um elemento importante da fotografia de natureza. A focagem nítida no olho da gaivota é ideal e as gotas de água são um bónus adicional”.
O terceiro lugar foi atribuído ex-aequo a Maria Margarida Viera, vencedora do Prémio Jovem Fotógrafo, com a imagem “Danceuse de ballet” e a Ana Mendonça com a imagem “Cagarra-de-barrete a levantar voo”.
“Esta é mais uma excelente fotografia no mar, que capta a bela ação de uma cagarra-de-barrete a levantar voo. Os azuis subtis e o fundo suave focam a atenção do observador, convidando-o a observar os detalhes desta bonita ave marinha.”
Duas outras imagens chamaram a atenção do júri e receberam menções honrosas. “A hora da liberdade Campanha SOS”, tirada por Catarina Brasil é uma delas.
“Esta interessante imagem conta a importante história de conservação da campanha SOS Cagarro. É uma composição muito bem executada, incluindo múltiplos elementos que contribuem para a história: a carrinha, as caixas, o Pico em segundo plano e um cagarro pronto a ser libertado em primeiro plano.”
A segunda menção honrosa foi atribuída à fotografia “Interação entre a cagarra e os cetáceos”, de Joana Anastácio. “Esta interessante imagem de vista mais ampla coloca a cagarra a voar no seu ambiente marinho e capta muito bem a interação entre aves e mamíferos marinhos. Grande ação, cores e história.”
Na categoria escolha dos associados, o grande vencedor foi Daniel Cejudo com a imagem “Gaivota-de- patas-amarelas com golfinho roaz”.
O júri da edição de 2023 deste concurso fotográfico foi composto por Kirstin Jones, Paulo Henrique Silva, Bart Vercruysse e Marc Albiac. A escolha do Associado esteve entregue a todos os associados da Asas do Mar.
O grande vencedor na categoria de maiores de 18 anos recebe um prémio de 250 euros. O segundo prémio é um Guia de Aves Marinhas e o terceiro prémio a inscrição e um ano de quotas na Asas do Mar.
O Prémio Jovem Fotógrafo recebe 100 euros e a menção honrosa uma T-shirt Asas do Mar.