A terceira edição inicia-se esta sexta-feira e prolonga-se pelo fim-de-semana, com o objectivo de registar todas as espécies, tanto na cidade como no campo. Saiba como fazer.
Esta acção de ciência cidadã “relâmpago” tem como objectivo que os participantes fotografem e registem todas as espécies de plantas que virem ao seu redor, na plataforma Biodiversity4All, que organiza esta iniciativa em parceria com a Sociedade Portuguesa de Botânica.
Incluídas estão todas as plantas vasculares – aquelas que têm tecidos especializados no transporte de seiva e de outros nutrientes que alimentam as células, como as ervas, os arbustos e árvores – e também as não vasculares terrestres. Neste último caso, os musgos e outros briófitos.
O objectivo é identificar as plantas nativas de Portugal, evitando as espécies plantadas ou cultivadas, uma vez que há inúmeras espécies que crescem de forma espontânea e têm uma grande importância, incluindo como alimento para os insectos. Pode começar por procurar estas sete plantas, bastante comuns, ou então 10 espécies silvestres que pode procurar agora em Maio. Quanto a musgos, em Portugal ocorrem por exemplo estas espécies.
Uma das vantagens de iniciativas como esta é que os botânicos podem desta forma contar com informação obtida por todo o país em apenas poucos dias, algo que um pequeno grupo de cientistas nunca conseguiria fazer.
Como participar
Segundo a equipa deste bioblitz, quem quiser juntar-se deve começar por se registar na plataforma BioDiversity4All/iNaturalist e na página do projecto. De seguida, para começar a registar e identificar as plantas que encontrar, deve tirar fotografias de três elementos: flor, folha e também o conjunto da planta.
De seguida, deve registar-se e carregar essas imagens na página da iniciativa. Segundo os organizadores, as fotografias não têm que ser inseridas logo no momento em que a pessoa está em passeio. “É possível fazer o ‘upload’ em casa ou usar a página web da iNaturalist, o que permite o uso de câmaras fotográficas no campo sem serem as do telemóvel.”
A identificação da espécie é feita com o apoio da mesma plataforma, ou então através da ‘app’ com o mesmo nome, que faz uma primeira identificação automática que é depois validada por uma comunidade de especialistas. Neste caso, a Sociedade Portuguesa de Botânica estará particularmente atenta para ajudar com a confirmação das espécies.
Há um ano, no II Bioblitz da Flora Portuguesa, foram registadas 6646 observações de 1191 espécies botânicas diferentes. Participaram nessa acção 332 observadores e 286 identificadores, estes últimos dedicados à validação das plantas identificadas.
Quem tiver curiosidade pode também visitar o catálogo online Flora-On, coordenado pela Sociedade Portuguesa de Botânica, onde estão disponíveis milhares de plantas diferentes de todo o país.
Mas não é só em território nacional que os cidadãos vão andar à procura de plantas silvestres. Por estes dias, em Espanha realiza-se também o III Biomaratón de Flora Española, “de modo a realizar-se um grande festival de Botânica”, concluem os organizadores. No início da próxima semana, já deverá ser possível perceber quantas espécies foram desta vez observadas, tanto em Portugal como em Espanha, e quais foram as mais comuns.
[Artigo corrigido às 19h40 de 19/05, com informação sobre o facto de esta terceira edição do Bioblitz da Flora incluir tanto as plantas vasculares como as plantas não vasculares.]