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Castor-europeu (Castor fiber). Foto: Philipp Blank/Wiki Commons

Castores regressam a Hampshire, no sul de Inglaterra, após 400 anos

17.01.2023

Espécie extinguiu-se no país devido à caça intensiva, e tem regressado aos poucos graças a libertações de animais em cativeiro.

Os cerca de 374 hectares do parque de Ewhurst, em Hampshire, vão ganhar em breve dois novos habitantes: um casal de castores, que vão ser baptizados através de um concurso que se está a realizar com as 22 escolas do município, anuncia uma notícia publicada esta terça-feira no The Guardian.

O parque de Ewhurst pertence a uma empreendedora e modelo britânica, Mandy Lieu, que espera transformar a propriedade num exemplo para a produção sustentável de alimentos, uma “paisagem comestível” que restore igualmente a biodiversidade local.

Os castores desapareceram de Inglaterra há cerca de 400 anos, caçados até à extinção para aproveitamento do pêlo, das glândulas e da carne destes mamíferos, que têm vindo a regressar aos poucos desde que o governo começou a aceitar algumas iniciativas para a introdução de alguns animais em terrenos vedados. A essas acções, juntaram-se libertações ilegais em várias regiões.

A espécie passou a ser protegida no país desde o ano passado, sendo proibido caçar ou prejudicar castores, considerados actualmente uma parte da vida selvagem nativa. Os ambientalistas esperam que em breve seja possível a libertação destes mamíferos na natureza, fora de terrenos vedados.

Os castores são considerados uma espécie-chave na criação de zonas húmidas, áreas que podem ser depois utilizadas por outras espécies que dependem destes habitats, recorda o The Guardian. Ao mesmo tempo, acredita-se que reduzem os riscos de cheias, ajudam a diminuir a velocidade da água nos terrenos e são um auxílio na conservação de recursos hídricos quando não chove.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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