A leitora Teresa Monte fotografou esta planta a 23 de Abril junto à barragem do Pedrógão, Alentejo, e pediu ajuda na identificação. Carine Azevedo responde.
“Tiramos umas fotos no dia 23/4/2022 na nossa quinta no Alentejo (junto à barragem do pedrógão, Vidigueira) e temos dúvidas acerca da espécie ‘verdadeira’ isto porque falamos em alfazema, outros falam-nos em lavanda. Para além disso gostaria de saber se é uma espécie autóctone do baixo Alentejo. Envio fotos do que trouxemos e colocamos em vaso e outra mais abrangente do local. De referir que aquele local não tem qualquer intervenção humana”, escreveu a leitora à Wilder.
Trata-se de rosmaninho (Lavandula stoechas).
Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.
As fotografias são de rosmaninho, cientificamente reconhecido como Lavandula stoechas, da família Lamiaceae.
Esta espécie também é comumente conhecida como alfazema, cabeçuda, ou arçã.
A Lavandula stoechas é nativa do sudoeste da Europa e do Norte de África. Em Portugal ocorre um pouco por todo o país, sendo mais predominante nas regiões do centro e sul do país.
O rosmaninho é uma planta aromática de porte arbustivo, perene e semilenhosa. Possui caules direitos, ascendentes ou prostrados e pode medir até cerca de 40 cm de altura. As folhas são pequenas, inteiras, quase lineares, tomentosas e de cor verde-acinzentada.
As flores surgem agrupadas em inflorescências muito compactas. São pequenas, tubulares e labiadas, de cor púrpura-anegrada ou violeta-escura. No topo da inflorescência surge um penacho de brácteas de cor violeta a lilás.
O fruto é uma núcula ou clusa, um fruto seco, semelhante a uma pequena noz, que se divide na maturação, formando quatro frutos parciais. É de cor acastanhada após a maturação.
Agora é a sua vez.
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