Biólogo ligado ao CCMAR – Centro de Ciências do Mar do Algarve quer compreender qual é a abundância de cetáceos e e estudar o uso de vigias na região. E já obteve alguns dados.
O objectivo deste biólogo marinho, que está a realizar uma tese de doutoramento, é “catalogar as espécies que cruzam as águas algarvias, a altura do ano em que o fazem” e também “a sua abundância e comportamentos que exibem”, informa uma nota de imprensa divulgada pelo CCMAR.
Os resultados deste trabalho vão ser aplicados em novas medidas de protecção destes animais, face às actividades turísticas de observação de baleias e golfinhos, acrescenta este centro de investigação.
O Farol de Santa Maria, em Faro, foi onde começaram as observações ligadas aos trabalhos de campo, em Outubro passado. No espaço de seis meses, até Março, “já foram contabilizados mais de cem avistamentos de várias espécies”. Golfinhos-roazes e golfinhos-comuns, e ainda a baleia-comum, foram os mais avistados.
Em Portugal, os golfinhos-roazes são comuns por toda a costa portuguesa. Segundo o LIFE MarPro, estes mamíferos têm um corpo robusto que pode chegar aos 3,8 metros. Estima-se que vivam 30 a 40 anos. Já os golfinhos-comuns são a espécie mais observada de cetáceos na costa portuguesa. Têm “um corpo esguio com bico proeminente.”
Quanto às baleias-comuns, são o segundo maior animal da Terra a seguir à baleia-azul, podendo atingir mais de 20 metros de comprimento – o equivalente à altura de um prédio com cerca de sete andares. “São frequentemente avistadas ao largo da gosta de Portugal Continental durante todo o ano”, explica a RAAlg – Rede de Arrojamentos do Algarve.
Três observações por semana
Actualmente, realizam-se três observações por semana, cada uma incluindo três varrimentos do horizonte, explica o CCMAR. As condições de visibilidade permitem normalmente chegar às seis milhas – que correspondem a 11 quilómetros – mas é possível chegar mais longe, até às 12 milhas (22 quilómetros).
A Praia da Falésia, em Vilamoura, é outro dos locais de observação desde Janeiro passado, “alargando a área marítima observada, cobrindo agora duas zonas distintas com diferentes números de embarcações a operar.”
O investigador da Universidade do Algarve está também a analisar quais são as oportunidades ligadas ao uso de vigias – pessoas que observam o mar em busca de cetáceos – pelas empresas turísticas de observação da vida marinha.
Rui Peres dos Santos tem experiência a trabalhar nos Açores com empresas deste sector, onde a actividade é “importante” como fonte de receitas e para a imagem da região. No arquipélago, “os vigias têm um papel essencial na detecção dos animais e consequente satisfação dos turistas”, acrescenta o CCMAR.
Ao mesmo tempo, em complemento a este trabalho de doutoramento, está a ser realizada uma tese de mestrado sobre o impacto das observações de baleias no Algarve. Na região, estão registadas 121 embarcações de observação de cetáceos.
Saiba mais.
Recorde estas sete espécies de cetáceos que pode observar na praia ou num passeio pelo mar.