O leitor António Afonso fotografou este bivalve no rio Ocreza em 2017 e pediu para saber qual a espécie. Filipe Banha responde.
Segundo o leitor, o bivalve foi descoberto no Rio Ocreza a montante da Barragem de Pracana.
“O bivalve foi descoberto durante uma expedição particular aurífera com uso de bateia para o efeito.”
“Na minha opinião este espécime não é invasor (Amêijoa Asiática), as suas dimensões não ultrapassam as medidas mencionadas nas fotos e também se confirmou no local do achado que existiam mais exemplares com dimensões apenas iguais e inferiores.”
Trata-se de uma amêijoa-asiática (Corbicula fluminea).
Espécie identificada e texto por: Filipe Banha, investigador do MARE – Centro de CIências do Mar e do Ambiente.
A espécie em causa é, de facto e sem sobra para dúvidas, a Corbicula fluminea, espécie exótica invasora.
Esta espécie foi detetada pela primeira vez na Península Ibérica no rio Tejo, pelo que a referência num dos seus afluentes não é de estranhar e está dentro da sua área de invasão conhecida.
O rio Ocreza, com 64 quilómetros de extensão, nasce na Serra da Gardunha e desagua no rio Tejo, a 12 quilómetros de Fratel.
Esta espécie é transportada pelo Homem essencialmente por meios acidentais, pois os seus juvenis de pequeno tamanho podem facilmente aderir a materiais como botas, barcos, etc… e serem transportados em água de lastre de navios, meio pelo qual se pensa que chegou cá.
Os seus impactos são bem conhecidos, nomeadamente na qualidade da água, quando atingem grandes densidades e sofrem mortalidades massivas, afetando a fauna nativa aquática no geral. Também competem com os bivalves nativos por espaço e alimento. E são bem conhecidos os impactos negativos na obstrução de canais de rega e tubagem afetando também o abastecimento público.
Esta é uma das espécies alvo do projecto LIFE INVASAQUA.
Saiba mais sobre a ameaça causada por esta espécie aqui.
Agora é a sua vez.
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