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Lobo (Canis lupus). Foto: Marcel Langthim/Pixabay

Lobos entendem a comunicação humana melhor do que se pensava

16.01.2020

Não são só os cães que sabem devolver uma bola. Cientistas descobriram que também há crias de lobo, não treinadas, com essa capacidade.

 

Isso significa, ao contrário do que se acreditava, que a capacidade que os cães (Canis lupus familiaris) demonstram de entender sinais de comunicação humana surgiu antes da domesticação a partir do lobo (Canis lupus), ocorrida há pelo menos 15.000 anos. Até agora, ninguém esperava que essa habilidade fosse própria igualmente destes animais.

A nova descoberta feita por cientistas da Universidade de Estocolmo, na Suécia, foi publicada esta quinta-feira na iScience.

A equipa estudou o comportamento de 13 crias de lobo com oito semanas, criadas por humanos, mas que nunca tinham sido treinadas. Alguém que estas desconheciam atirava uma bola para o outro lado da sala e pedia-lhes para a irem buscar e a devolverem.

Os cientistas esperavam que os lobos não reagissem a esse comportamento nem que começassem a interagir com um estranho. Mas das 13 crias testadas, houve três que pelo menos duas vezes devolveram a bola. Uma destas fê-lo das três vezes que lhe pediram. Outras duas mostraram algum interesse mas desistiram e as restantes não ligaram.

“Quando vi a primeira cria de lobo a recuperar a bola fiquei literalmente com pele de galinha”, afirmou Christina Hansen Wheat, da Universidade de Estocolmo, à agência espanhola SINC.

“Isso significa que durante a domesticação, o comportamento lúdico dos lobos poderá ter sido um factor potencial para as pressões selectivas que desde cedo foram exercidas pelos humanos”, concluiu.

 

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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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