A leitora Patrícia Gonçalves encontrou esta aranha a 15 de Maio na região de Odemira, e pediu ajuda na identificação. Sérgio Henriques responde.
Esta aranha despertou a curiosidade de Patrícia Gonçalves “não só pela cor mas também pelo comportamento defensivo/agressivo”.
Trata-se de uma aranha do género Eresus.
Espécie identificada por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.
As aranhas deste género são chamadas aranhas-de-veludo. São aranhas médias. Mas em algumas espécies as fêmeas podem ser consideradas grandes.
Na maioria das espécies os machos são vermelhos, com pintas negras. Mas também há espécies brancas e pretas ou amareladas.
Os machos chegam à maturidade sexual aos três anos de idade e as fêmeas aos quatro.
Quando atinge a maturidade, o macho sai do seu ninho durante uma ou duas semanas e muda-se para o ninho da fêmea. Uma vez aí, “defende-a” de outros machos e “canta” para ela – graças ao órgão estridulatório, semelhante ao dos grilos, e aos fios de seda que usa como se fossem cordas de uma guitarra -, a fim de acasalar.
Depois, a fêmea põe os ovos, cuida deles, alimenta as crias e, quando chega o Inverno, comete suicídio ritual.
As crias saem do ninho na Primavera. Então constroem o seu próprio ninho e o ciclo recomeça, quatro anos depois.
Agora é a sua vez.
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