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abelha europeia em cima de uma flor
Abelha-do-mel. Foto: Arturo Mann / Wiki Commons

Campanha popular obriga Baviera a mudar lei para proteger as abelhas

18.02.2019

Cerca de 18,4% dos eleitores do estado da Baviera, no sul da Alemanha, votaram a favor de uma iniciativa de movimentos ambientalistas que exige mudanças legislativas para aumentar a protecção às abelhas.

 

Ao longo de duas semanas, mais de 1,7 milhões de bávaros votaram e deram o seu sim a esta iniciativa popular, perfazendo mais de 18% dos habitantes do estado alemão com direito a voto. O mínimo exigido para o governo regional tomar medidas era de 10%.

O próximo passo está do lado do governo regional, que pode adoptar as medidas propostas pela petição ou propor um projecto de lei alternativo, que teria de ir a referendo. Para já, o líder do governo, Markus Söder, anunciou a realização de uma mesa-redonda para preparar a reforma legislativa.

Esta campanha foi a que recebeu desde sempre o maior apoio popular no estado da Baviera, como noticiou a agência espanhola EFE Verde.

Em cima da mesa, está uma proposta de alteração legislativa de quatro páginas que se focam na alteração de práticas agrícolas. Por exemplo? Os agricultores são obrigados a proteger as sebes e as árvores, não podem espalhar químicos até cinco metros de cursos de água e 30% das culturas têm de ser convertidas em produção orgânica até 2030, explica uma nota do movimento Friends of the Earth Europe.

“Com números tão recordistas de pessoas que apoiam esta campanha, o governo bávaro vai ter de acordar com alterações importantes na agricultura, para apoiar a natureza. Os efeitos deste voto vão sentir-se em Berlim e em Bruxelas”, acredita esta federação europeia ambientalista.

As mudanças na agricultura e o crescimento da agricultura intensiva são as maiores ameaças para a sobrevivência dos insectos, que enfrentam actualmente um colapso a nível mundial, avisou um estudo científico publicado na última semana.

O tema tem levantado preocupação na Alemanha, onde um estudo recente descobriu que o número de insectos voadores nas reservas naturais do país caiu 75% em apenas 25 anos.

 

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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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