Travar a fuga de plásticos para os oceanos até 2030, através de um acordo global legalmente vinculativo acordado pelos líderes mundiais, é o grande objectivo da campanha lançada hoje.
Esta campanha surge um mês antes da assembleia das Nações Unidas para o Ambiente (de 11 a 15 de Março, em Nairobi, no Quénia) e pretende mostrar pela força dos números que a problemática do plástico preocupa a maioria da população mundial.
A iniciativa “No Plastics in Nature – Zero Plásticos na Natureza” começou com uma petição online para “pressionar os líderes mundiais para agirem por uma natureza livre de plásticos”, explicou Ângela Morgado, diretora executiva da Associação Natureza Portugal/ANP – WWF.
“Esta campanha apela ao envolvimento e compromisso de todos, pois cada um de nós pode reduzir o plástico que usa no dia-a-dia e reciclar o que não consegue eliminar.”
Anualmente, oito milhões de toneladas de plástico chegam aos oceanos.
Destes, 80% têm a sua origem em terra e são arrastados por rios e canais até ao mar. Segundo o relatório da WWF “Sair da Armadilha Plástica” lançado em Junho de 2018, o plástico representa 95% dos resíduos que flutuam no Mediterrâneo e que dão à costa nas praias.
Em Portugal, as zonas de Lisboa e Costa Vicentina apresentam elevadas densidades de microplásticos. Além disso, 20% dos peixes de consumo quotidiano revelam microplásticos nos seus estômagos e 80% das tartarugas-marinhas-comuns (Caretta caretta), cujos juvenis gostam de se alimentar na zona dos Açores, comem lixo, na sua maioria plástico.
“Estes números são preocupantes, mas mais assustador é o impacto que o plástico e os microplásticos têm na saúde humana. É por isso que apelamos a todos para que enviem uma mensagem clara aos líderes políticos: devemtravar a poluição por plásticoagora”, afirma Ângela Morgado.
A próxima ação da campanha global da WWF será o lançamento do relatório sobre o tema a 4 de Março.