As duas aves foram tratadas a problemas de subnutrição pela equipa do CERAS – Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens. Agora já sobrevoam as Portas de Rodão.
Os dois grifos juvenis foram devolvidos à natureza na tarde de 16 de Janeiro no Monumento Natural das Portas de Rodão, onde existe uma colónia desta espécie (Gyps fulvus).
Segundo explicou à Wilder Samuel Infante, da Quercus e do CERAS, “um dos grifos, proveniente da zona da Sertã, chegou ao centro em Agosto graças ao SEPNA” (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR). “Vinha subnutrido e com uma infecção”, acrescentou.
“A outra ave foi recolhida em Outubro e veio transferida do CRASM de Montejunto, com problemas de subnutrição.”
Antes de serem libertadas, as aves foram marcadas com anilha metálica e marcas alares, que permitirão fazer o seu seguimento.
O grifo é uma das espécies de abutres de Portugal. Estima-se que existam “menos de 1.000 grifos no nosso país, com uma população reprodutora de cerca de 400 casais, principalmente no Douro e Tejo Internacional”, explica a Quercus em comunicado. É uma espécie com estatuto de conservação de Quase Ameaçado no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005).
Entre as maiores ameaças à espécie estão o envenenamento, a colisão e eletrocussão em linhas elétricas, a redução da disponibilidade alimentar, a alteração do habitat e a ingestão de carcaças com resíduos de medicamentos.
Esta libertação dos dois grifos integra-se numa iniciativa de mecenato da operadora de transportes públicos de passageiros Transdev. Segundo a Quercus, esta empresa estabeleceu “um protocolo de colaboração com a Quercus, subvencionando a reflorestação e outras ações de proteção à biodiversidade” após os incêndios de 2017 que devastaram milhares de hectares e levaram a uma diminuição significativa das condições de sobrevivência de várias espécies em Portugal.
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