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alunos e professora numa praia
Alunos de escola algarvia participantes no projecto 'A Minha Praia'. Foto: D.R.

Escolas apanharam 500 quilos de lixo em seis praias do Algarve

17.01.2019

Muitos objectos de plástico, mas também de borracha, metal, parafinas, têxteis e vidro, entre outros, foram apanhados por 280 alunos do 1º ao 11º anos em seis praias do Algarve. E o trabalho vai continuar.

 

Ao longo de um mês, de 15 de Setembro a 15 de Outubro, fizeram-se sete campanhas de monitorização e recolha de lixo, explicou o Centro de Ciência Viva de Tavira, numa nota enviada à Wilder sobre os primeiros resultados do projecto ‘A Minha Praia’.

O centro de Tavira é coordenador deste projecto, que foi um dos vencedores do Orçamento Participativo de Portugal de 2017, na área da ciência. Ao todo, 280 alunos do 1º ao 11º anos de escolaridade, de oito escolas algarvias, andaram a identificar e a apanhar o lixo encontrado junto ao mar, em praias espalhadas por toda a costa sul: Monte Gordo (Vila Real de Santo António), Barril (Tavira), Ilha de Faro, Pescadores (Albufeira), Meia Praia (Lagos) e Mareta (Vila do Bispo).

 

 

Resultado? Tudo muito bem contado e registado, “nesta época de monitorização, recolheu-se cerca de meia tonelada de lixo, composta por 4.761 itens de vários materiais, tamanhos e origens”, adianta a mesma nota.

A observação dos objectos recolhidos, ao longo das sete campanhas, obrigou alunos e professores das oito escolas a analisarem de que ingredientes eram feitos. Só com esse esforço foi possível registarem a presença de um total de 91 categorias diferentes de lixo marinho – com os materiais plásticos a ganharem um grande destaque, uma vez que representam quase 40% das categorias identificadas (35 do total).

“Isto vai de encontro aos dados obtidos por vários estudos internacionais, que indicam que o plástico é o poluente sólido mais comum no Oceano e zonas costeiras.”

Entre as outras categorias encontradas, quem andou a recolher lixo pelas praias do Algarve deparou-se também com objectos de “borracha, parafinas, papel, madeira, têxteis, vidro, cerâmica e artigos médicos e sanitários.”

Ao participarem, os alunos de diferentes idades “são sensibilizados para a problemática do lixo marinho e as suas crescentes consequências ambientais, económicas e sociais”, acreditam os responsáveis do projecto. Por outro lado, tornam-se também ‘cidadãos-cientistas’, “pois com os registos obtidos sobre quantidades, tipos e sazonalidade do lixo encontrado, dão o seu contributo para análises e estudos de âmbito nacional e internacional sobre a permanência de lixo nas costas portuguesas e europeias.”

 

alunos e professora numa praia

 

O projecto ‘A Minha Praia’ vai prolongar-se mais alguns meses, até Julho de 2019, com campanhas de monitorização e recolha de lixo marinho ao longo deste Inverno, Primavera e Verão.

As escolas que participam contribuem para uma rede de monitorização do lixo marinho ao longo da costa do Algarve. Além do Centro de Ciência Viva de Tavira, são parceiros do projecto os Centros de Ciência Viva do Algarve (Faro) e de Lagos, cada um dos três responsável pela realização de acções nas praias dentro da sua área geográfica.

As associações ambientais Straw Patrol e A Rocha, o Centro de Ciências do Mar (CCMar), a Agência Portuguesa do Ambiente – Administração da Região Hidrográfica do Algarve (APA/ARH-Algarve), o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), vários municípios algarvios e o empreendimento Pedras d’El-Rei são também parceiros.

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Para ter mais informação sobre o projecto, pode procurá-la aqui.

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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