Quem se juntou à visita às pradarias marinhas do Sado, organizada no último domingo em Tróia, pela Ocean Alive, não saiu da praia de mãos a abanar. Bem pelo contrário.
“Recolhemos centenas de paus de cotonetes e dezenas de tampas de embalagens, pequenos e grandes plásticos, deixámos a praia com menos 67 quilos de lixo e encaminhámos para reciclar 13 quilos de vidros e plásticos”, descreveram os responsáveis da Ocean Alive na página de Facebook desta cooperativa de educação ambiental, que trabalha para a conservação das pradarias marinhas do Estuário do Sado.
Neste passeio pela ponta da Atocha, em Tróia, que marcou a 40ª acção da campanha Mariscar sem Lixo, participaram 39 voluntários no total, durante uma “manhã cinzenta” de domingo.
Mas apesar das nuvens que enchiam o céu, o cenário encontrado pelos visitantes, que descobriram inúmeras espécies marinhas, foi enriquecedor: “Passavam os golfinhos enquanto descobríamos nas pradarias da ponta do Adoche, em Tróia, búzios, alforrecas, um polvo, peixes, anémonas, estrelas e cenouras-do-mar, esponjas, briozoários e hidrozoários, algas, ovos de choco, de lula, de raia e de lesmas-do-mar…”
De acordo com a organização, estima-se que no Estuário do Sado há uma área de 30 hectares de pradarias marinhas, o que equivale a cerca de 30 campos de futebol.
Os golfinhos são uma das muitas espécies que dependem deste habitat, “constituído por plantas aquáticas que têm rizomas, como o lírio, que dão flores e frutos no mar.” É que as presas destes mamíferos marinhos – que são o maior sinal da grande riqueza do estuário – nascem, crescem e reproduzem-se nas pradarias.
Quem se juntou ao passeio em Tróia, foi conhecer uma pradaria com cerca de 15.000 metros quadrados, com plantas da espécie Zostera marina. “Este pequeno prado tem a capacidade de, num ano, armazenar o carbono libertado por um carro a gasóleo para percorrer 20 000km”, descrevem os responsáveis.
Até Agosto passado, a campanha Mariscar Sem Lixo tinha já realizado 36 acções desde Março de 2016, quando teve início. No total, nesse período e com a ajuda dos voluntários, conseguiram-se recolher mais de 42 toneladas de lixo na zona do estuário do Sado.
[divider type=”thin”]Saiba mais.
Descubra o projecto Guardiãs do Mar, organizado pela Ocean Alive, neste artigo da Wilder.