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Que espécie é esta: ovo de raia

23.10.2018

O leitor Fernando Ferreira fotografou este ovo de uma espécie marinha a 10 de Abril de 2017 em Azurara (Vila do Conde), e quis saber a que espécie pertence. A equipa do GelAVista responde.

 

Fernando encontrou este ovo, que pensa ser de tubarão, num dos passeios que faz com o filho para registar a fauna e a flora, na região de Vila do Conde.

 


A espécie que observou é um ovo de raia.

Espécie identificada e texto por: Equipa do projecto GelAVista, do Grupo de Oceanografia e Plâncton do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O projecto está a estudar as medusas e outros gelatinosos nas costas portuguesas, com a ajuda de dados enviados pelos cidadãos (em 2017 foram assinalados 7.850 organismos).

Trata-se, não de um organismo, mas de um ovo pertencente a um peixe cartilagíneo (Elasmobrânquios), provavelmente de uma espécie de raia.

Estes peixes reproduzem-se de forma diferente dos peixes ósseos (principalmente Teleósteos). Os indivíduos jovens desenvolvem-se, normalmente, dentro de uma cápsula rígida, fora do corpo do progenitor, cápsula que é fixa ao substrato e que o Fernando fotografou. Normalmente quando são arrojadas à costa, já se encontram vazias, como parece ser o caso.

Não se tratará de um ovo de tubarão, dado que as extremidades da cápsula são relativamente mais simétricas e rígidas. No caso dos tubarões, estas extremidades são mais filamentosas.

Este link pode ajudar a perceber esta diferença.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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