A Comissão Baleeira Internacional considera que o Japão não deu razões científicas suficientes que justifiquem a caça a 333 baleias nas águas da Antárctida.
Em causa está o plano nipónico chamado Newrep-A, através do qual o Japão quer retomar a caça à baleia no final deste ano. A justificação apresentada é a necessidade de recolher dados para conhecer melhor o ecossistema marinho da Antárctida e ainda para calcular qual o tamanho necessário das populações para retomar a caça comercial.
Mas este plano foi recusado nesta segunda-feira por um painel de peritos da Comissão Baleeira Internacional (CBI). “Com a informação apresentada na proposta, o painel (da CBI) não foi capaz de determinar que seja necessário recolher amostras que impliquem a morte das baleias”, cita nesta terça-feira o jornal britânico “The Guardian”.
Desde 1987 que a CBI proíbe a caça comercial à baleia, a menos que seja para fins científicos. É precisamente esta excepção que o Japão tem utilizado e desde então já matou 13.000 baleias-anãs (Balaenoptera acutorostrata). Mas no ano passado, o Tribunal Internacional de Haia ordenou uma paragem imediata à caça à baleia na Antártida por considerar que as alegações científicas eram apenas uma desculpa. De fora desta decisão ficou o programa japonês de caça à baleia no Pacífico Norte.
O Japão tem estado a preparar este plano desde o ano passado para tentar voltar às águas da Antárctida. O documento vai regressar à mesa das discussões quando o painel científico da CBI se reunir em Maio em São Diego, Estados Unidos, para tomar uma decisão final. Nessa altura, o Japão irá apresentar mais informações. “Acredito que vamos conseguir voltar a caçar baleias no final do ano”, disse Joji Morishita, comissário japonês na Comissão, em conferência de imprensa, citado pela agência de notícias Reuters.