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Recebidos mais de 50 desenhos de ervas silvestres nas cidades

08.11.2017

De 13 de Maio a 20 de Junho, mesmo no final da Primavera, 17 pessoas responderam com 54 desenhos ao desafio lançado pela Quercus e pelos Urban Skechers Portugal para desenhar as ervas espontâneas das cidades.

 

O desafio “Desenhar as ervas espontâneas da cidade” quis pôr os portugueses a encarar estas plantas de um modo diferente, através do desenho. Dentes-de-leão, urtigas, parietárias e bolsas-de-pastor são algumas das muitas plantas que povoam as bermas dos passeios, vítimas do uso constante de herbicidas como o glifosato.

 

Ilustração: Cirenia Arias

 

A iniciativa recebeu 54 desenhos de 17 pessoas.

“Tivémos resultados muito interessantes”, contou Henrique Vogado, dos Urban Sketchers Portugal (USkP), à Wilder. “O uso de diferentes técnicas e materiais de desenho favoreceram um elemento que passa despercebido na paisagem mas que, nestes cadernos, foram o objecto principal.”

 

Ilustração: Filipe Almeida

 

Os USkP, movimento que promove o desenho em cadernos e diários gráficos, receberam desenhos a marcador, aguarela, lápis de côr e até em formato digital.

Ilustração: Teresa Costa

 

“Não deve ter sido difícil fazer os desenhos, pois são ervas que vemos em todo o lado”, acrescentou Henrique Vogado.

“Muitos dos desenhos foram efectuados perto do local onde os desenhadores habitam ou trabalham.”

 

Ilustração: Isabel Esteves

 

Agora, os desenhos resultantes deste desafio vão fazer parte de uma exposição itinerante, por enquanto ainda sem data definida. “O objetivo é chamar a atenção para a existência de ervas que podem fazer parte do espaço público, no contexto das alternativas à aplicação de herbicidas, campanha que a Quercus tem vindo a desenvolver.”

De acordo com a Quercus, “muitas ervas espontâneas têm valor estético, encontrando-se um pouco por todo o lado, como caleiras de árvores, bermas ou jardins e em várias cidades da Europa já são assumidas como parte do espaço público”.

[divider type=”thick”]Recorde a expedição botânica que a Wilder fez por Lisboa há um ano, em busca das flores silvestres da nossa flora nos relvados urbanos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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