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Foto: Joana Bourgard

Birdlife International “profundamente decepcionada” com saída do Acordo de Paris

01.06.2017

A federação Birdlife International e a organização Audubon, sua parceira nos Estados Unidos, já reagiram ao anúncio feito esta noite por Donald Trump, dizendo estar “profundamente decepcionadas” com a decisão do Presidente de sair do Acordo de Paris.

 

Em comunicado conjunto, as duas organizações consideram que esta decisão é “ingénua”, “isolacionista” e “imoral”. “O Acordo de Paris é crucial para o futuro do nosso planeta. Dá-nos uma estrutura forte para tomar medidas ambiciosas para mitigar as alterações climáticas e para ajudar pessoas e ecossistemas por todo o mundo a adaptarem-se aos seus impactos.”

Ambas acreditam que o Acordo de Paris “é demasiado robusto para ser quebrado por uma nação” e que a saída de Trump “não vai deter a luta contra as alterações climáticas”.

“As aves são mensageiros poderosos que nos mostram como o nosso clima está a mudar”, disse Patricia Zurita, directora da BirdLife International. “Um quarto das espécies estudadas em detalhe já mostram respostas negativas às recentes alterações climáticas e 2.300 espécies de aves no mundo estão muito vulneráveis a mais alterações.”

David Yarnold, presidente da Audubon, lamenta que Trump tenha levado os Estados Unidos a “abdicar da sua liderança na luta contra a maior ameaça às pessoas e às aves”. “Os nossos filhos e netos são os grandes perdedores nesta decisão. Assim como as 314 espécies de aves que a Audubon sabe já estarem em risco por causa das alterações climáticas”.

Ao mesmo tempo que condenam a decisão dos Estados Unidos, a Birdlife e a Audubon saúdam o compromisso de outros países, como a União Europeia e a China.

“A BirdLife International vai continuar a trabalhar, sem parar, com os nossos parceiros por todo o mundo para encontrar soluções climáticas para a natureza e para as pessoas… com ou sem Trump.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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