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Dois linces-ibéricos vieram de Espanha para o Vale do Guadiana

10.03.2017

A fêmea Neves e o macho Nerium nasceram na Primavera passada em dois centros de reprodução em cativeiro em Espanha e foram reintroduzidos no Vale do Guadiana, no Alentejo, a 1 de Março, informou ontem o projecto Iberlince.

 

Esta foi a terceira reintrodução de linces-ibéricos (Lynx pardinus) de 2017 no Vale do Guadiana, actualmente a única região portuguesa onde se está a tentar criar um núcleo populacional desta espécie Em Perigo de extinção.

Neves nasceu a 3 de Abril de 2016 no Centro de Cria de Lince Ibérico de La Olivilla, centro localizado em Santa Elena (Jaén) e a funcionar desde 2007.

 

Neves. Foto: Frederico Freitas Lobo

 

O macho Nerium nasceu a 24 de Fevereiro de 2016 no Centro de Cria de Lince Ibérico de El Acebuche (Matalascañas, Huelva), o primeiro a entrar em funcionamento da rede ibérica de cinco centros, em 1992.

Com esta libertação, no concelho de Mértola, “dá-se mais um passo em direcção ao estabelecimento de uma população selvagem e viável, numa área geográfica que já foi parte da sua área de distribuição histórica”, segundo um comunicado do projecto Iberlince – Recuperação da Distribuição Histórica do Lince Ibérico (Lynx pardinus) em Espanha e Portugal.

Em Portugal, as soltas de 2017 começaram a 17 de Fevereiro com a libertação de Niassa e Noudar e continuaram a 22 de Fevereiro, com Naira e Noctulo.

Segundo o programa, ainda faltam libertar este ano dois linces no Vale do Guadiana.

Actualmente existem 475 linces-ibéricos na natureza, segundo os resultados do censo de 2016. A maioria, 389, está nas populações da Andaluzia (Doñana-Aljarafe e Serra Morena: Guadalmellato, Guarrizas e Andújar-Cardeña). Além destes 389 animais, 19 vivem em Portugal, no Vale do Guadiana; 28 em Matachel (Badajoz), 23 em Montes Toledo (Toledo) e 16 na Serra Morena Oriental.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Saiba como é cuidar dos linces no Vale do Guadiana e quantos linces nascidos em Silves já foram pais na natureza.

Siga a nossa série “Como nasce um lince-ibérico” e conheça os veterinários, video-vigilantes, tratadores e restante equipa do Centro Nacional de Reprodução (CNRLI) em Silves.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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